A produção de petróleo e gás natural da Petrobras (PETR3; PETR4) atingiu 2,699 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed) no segundo trimestre de 2024, representando um aumento de 2,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. Os dados operacionais do período foram revelados pela estatal nesta segunda-feira (29).
O crescimento foi impulsionado pela evolução da produção (ramp-up) dos FPSOs (Unidade flutuante de armazenamento e transferência) Almirante Barroso, P-71, Anna Nery, Anita Garibaldi e Sepetiba, além da entrada em produção de 12 novos poços, sendo oito na Bacia de Campos e quatro na Bacia de Santos.
No Brasil, a produção foi de 2,664 milhões de boed, um aumento de 2,3% em comparação ao segundo trimestre de 2023. Enquanto no exterior, a produção caiu 2,9%, totalizando 34 milhões de boed. No segundo trimestre, as exportações líquidas da Petrobras somaram 547 mil bpd, um crescimento de 104,1% em relação ao ano anterior. As importações, por sua vez, foram de 304 mil bpd, uma queda de 15,1% na mesma base de comparação.
Volume total de vendas
No setor de refino, o volume total de vendas, incluindo Brasil e exterior, foi de 2,937 milhões de barris por dia (bpd), um aumento de 4% em comparação anual. No mercado interno, as vendas foram de 2,042 milhões de bpd, uma queda de 4,4%, enquanto no mercado externo, houve um aumento de 30,1%, alcançando 895 mil bpd.
A produção total de refinados foi de 1,744 milhões de bpd no período, uma queda de 3,5%. Entretanto, o volume total de vendas aumentou 4%. O fator de utilização total (FUT) do parque de refino manteve-se elevado em 91%, mesmo com paradas programadas em várias refinarias.
Desempenho no Pré-Sal e Pós-Sal
A produção de óleo no pré-sal foi de 1,815 mil barris por dia (Mbpd), ou seja, 2,3% abaixo do primeiro trimestre de 2024. Na comparação anual, houve uma alta de 6,3% na extração. A queda ante os três primeiros meses do ano foi puxado pelo volume de perdas por paradas programadas e manutenções, além de intervenções não planejadas em plataformas de Búzios. Contudo, o ramp-up do FPSO Sepetiba compensou parcialmente esses efeitos.
No pós-sal, a produção foi de 306 Mbpd, uma redução de 10,8% em relação ao primeiro trimestre de 2024. Isso ocorreu devido a intervenções não planejadas, maior volume de paradas programadas e manutenções, e ao declínio natural da produção. A entrada em operação de dois novos poços na Bacia de Campos ajudou a compensar parcialmente essas reduções.
A produção em terra e águas rasas foi de 35 Mbpd, mantendo-se estável em relação ao trimestre anterior. No exterior, a produção também se manteve estável em 34 Mboed, proveniente dos campos na Bolívia, Argentina e Estados Unidos.
Novos projetos da Petrobras
Em maio de 2024, o FPSO Marechal Duque de Caxias chegou ao Brasil e concluiu a ancoragem no campo de Mero, no pré-sal da Bacia de Santos, em junho. Com capacidade para produzir até 180 Mbpd de óleo e 12 MMm³/d de gás natural, a plataforma será o terceiro sistema definitivo de produção do campo e está prevista para iniciar operações no segundo semestre de 2024.
Além disso, o FPSO Maria Quitéria saiu do estaleiro na China em maio de 2024. Esta plataforma irá operar no campo de Jubarte, localizado no pré-sal da Bacia de Campos, no litoral do Espírito Santo, e possui tecnologias para descarbonização, como o ciclo combinado na geração de energia e Flare Gas Recovery Unit – FGRU (flare fechado). O FPSO possui uma capacidade de produção de 100 Mbpd de óleo e 5 MMm³/d de gás natural.
Ações da Petrobras despencam
Ontem, as ações da estatal impactaram no desempenho do Ibovespa. Na expectativa pelo relatório de produção, PETR3 e PETR4 fecharam o pregão com quedas de 2,52% e 2,02%, respectivamente. Os papéis também foram impactados pela desvalorização do petróleo.
Outro fator que mexeu com as ações foi o anúncio do plano de aquisição de 40% da participação da Galp no campo de Mopane, na Namíbia, avaliada em cerca de US$ 4 bilhões (R$ 22,59 bilhões).
Nesta manhã, as ações ordinárias e preferenciais seguem em queda. Às 10h45, PETR3 caía 0,53%, enquanto PETR4 recuava 0,79%.
Imagem: Petrobras / Divulgação