“Lula está coberto de razão quanto ao BC, mas a forma como ele está tratando o assunto é desastrosa”, é o que diz Aurélio Valporto, presidente da Abradin (Associação Brasileira de Investidores).
A fala do economista ocorre em uma semana marcada pela queda de braço entre o presidente Lula (PT) e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.
Valporto destaca que os ataques públicos feitos à instituição (BC) provocam um clima de ruptura institucional que é péssimo para o ambiente econômico.
O economista ainda faz uma comparação com os entraves que Bolsonaro sofreu com o poder judiciário em seu mandato, “No governo anterior vimos esse clima de ruptura institucional, em especial entre executivo e judiciário, e isso foi muito ruim para o país”.
Apesar das críticas ao discurso do petista, Valporto tem consenso com os pontos levantados pelo atual presidente sobre a Selic.
Desde outubro de 2022 o economista alerta sobre a manutenção do alto nível da taxa básica de juros, como publicado no blog “Vozes do Mercado” do Monitor do Mercado.
O motivo do embate entre Lula e a instituição é a discordância sobre a atual política monetária, uma vez que os juros foram mantidos em 13,75% ao ano, na última reunião do Copom em 01/02. É o maior patamar desde janeiro de 2017.
“É uma vergonha esse aumento de juros e a explicação que eles deram para a sociedade brasileira”, disse o presidente na segunda-feira (6) em discurso no evento do BNDES, falando sobre a decisão do COPOM em manter as Selic em 13,75%.
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