A Petrobras (PETR3;PETR4) fechou o segundo trimestre com prejuízo de R$ 2,6 bilhões, e surpreendeu o mercado, que previa um lucro líquido de R$ 14,7 bilhões. Este foi o primeiro resultado negativo da estatal desde o terceiro trimestre de 2020, quando registrou déficit de R$ 1,5 bilhão.
Os dados divulgados pela companhia nesta quinta-feira (8), representaram uma reversão no lucro de R$ 28,7 bilhões obtidos no mesmo período do ano passado. De acordo com o Diretor Financeiro e Relacionamento com Investidores, Fernando Melgarejo, o resultado foi influenciado por eventos extraordinários que não tiveram impacto relevante no caixa da empresa.
“Os principais eventos foram a variação cambial do período — um efeito entre empresas do Sistema Petrobras que não tem efeito caixa e sequer patrimonial — e os impactos da adesão à transação tributária”. Sem tais eventos, o lucro líquido teria alcançado US$ 5,4 bilhões (R$ 29,8 bilhões) entre abril e junho deste ano.
Segundo a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, os primeiros resultados financeiros da estatal sob a sua gestão foram sólidos. “Eventos não recorrentes, como o acordo com o Carf, trouxeram vantagens expressivas para a empresa e para a União. Além disso, a volatilidade cambial do período, afetou a contabilidade da companhia e o resultado trimestral”, disse ela durante a teleconferência dos resultados nesta manhã.
Principais linhas do balanço da Petrobras
No segundo trimestre, a receita líquida da Petrobras subiu 7,4% frente ao segundo trimestre de 2023, para R$ 122,2 bilhões, e 3,9% em relação ao trimestre anterior.
O Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), teve queda de 12,3% contra o segundo trimestre do ano passado e recuo de 17,2% em relação ao primeiro trimestre de 2023, para R$ 49,7 bilhões. Segundo a Petrobras, sem os eventos extraordinários, o Ebitda seria de R$ 66,2 bilhões.
O Fluxo de caixa operacional da estatal no segundo trimestre foi de R$ 47,1 bilhões, levemente acima (+1,5%) do registrado trimestre anterior (R$ 46,4 bilhões). Segundo projeções da companhia, sem os eventos exclusivo do trimestre, a Petrobras teria fechado o período com um fluxo de caixa de R$ 50,1 bilhões.
As vendas de derivados da Petrobras no segundo trimestre de 2024 caíram 1,5% na comparação anual, alcançando R$ 71,8 bilhões no total. Por outro lado, o resultado superou em 3,5% o número alcançado nos três primeiros meses do ano.
Segundo a companhia, entre abril e junho, a alta da receita com derivados no mercado interno foi puxada principalmente aos maiores preços praticados, principalmente da Nafta e do QAV, e também a volumes maiores vendidos de derivados, com destaque para o diesel, “impulsionado pela sazonalidade do consumo e pelo aumento da atividade econômica”, segundo a Petrobras.
Na comparação semestral, a Petrobras teve um lucro de R$ 21 bilhões nos primeiros seis meses de 2024, queda de 68,5% ante o registrado no mesmo período de 2023, R$ 66,9 bilhões.
Vendas por produto
As receitas com diesel somaram R$ 36,4 bilhões no segundo trimestre, 3,7% a mais do que um ano antes, e 3,8% acima do registrado no primeiro trimestre de 2024.
No caso da gasolina, a receita da Petrobras com o produto ficou em R$ 16 bilhões, 14,4% abaixo do registrado no segundo trimestre de 2023, mas 0,9% acima do alcançado entre janeiro e março.