O banco BTG Pactual comprou 1/3 das ações da Eucatex, empresa de pisos e divisórias da família Maluf. O negócio foi parte de um acordo com o Ministério Público para encerrar um processo milionário contra a companhia, acusada de se beneficiar de superfaturamentos na época em que Paulo Maluf era prefeito de São Paulo.
A jogada parece ter agradado investidores. Nesta quarta-feira (25), às 10h50, as ações EUCA4 (preferenciais) chegaram a subir 70%. Depois disso, caíram, mas, às 12h30, ainda registravam uma consistente alta de 35%.
De acordo com estimativa do Monitor do Mercado, ao fim da transação o BTG terá 33% das ações totais, enquanto a família Maluf terá 43%, já que também vai ampliar sua fatia na empresa.
O negócio com o banco serviu para levar adiante o acordo da empresa com o Ministério Público Estadual, pelo qual pagará R$ 7 milhões aos cofres públicos em troca de encerrar o processo, que está na Justiça há anos. O acordo, entretanto, não abarca as acusações contra a família Maluf, que segue respondendo às acusações.
Segundo nota da empresa, a medida “põe fim a uma duradoura controvérsia jurídica em múltiplas jurisdições relacionada a acontecimentos de 1997 e que levou a liquidação judicial de veículos constituídos nas Ilhas Virgens Britânicas que detinham um percentual relevante do capital social da Eucatex”.
“A companhia acabou sendo muito penalizada, até porque é listada em bolsa. Neste acordo, a empresa não está admitindo culpa, apenas devolvendo recursos para ficar livre desse passado e olhar para o futuro com um novo sócio valioso”, afirma o advogado Eduardo Diamantino, que atuou no caso, ao Valor Econômico.
O Grupo Eucatex existe há mais de 70 anos, sendo um dos maiores produtores de pisos, divisórias, portas, painéis MDP e MDF, chapas de fibras de madeira e tintas e vernizes do Brasil e exporta seus produtos para mais de 40 países.
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