Desde a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para presidência ao final de outubro de 2022, a Bolsa de valores vem sofrendo duros golpes. Desde a definição da eleição, em segundo turno, a Bolsa desvalorizou mais de 9% e perdeu R$ 546 bilhões em valor de mercado das companhias listadas.
A queda é puxada pelos papéis de estatais, como a Petrobras e Banco do Brasil. Confira no levantamento feito pelo TradeMap para o Monitor do Mercado. No gráfico, a perda de valor de mercado de todas as empresas listadas na Bolsa, só das empresas que compõem o Ibovespa, das estatais listadas e da Petrobras.
No total, o valor é quase quatro vezes o valor da PEC ‘Fura-Teto’ aprovada no Congresso, a qual autoriza um gasto de R$ 145 bilhões com programas sociais, como o Bolsa Família.
Após a posse de Lula no dia 1º, o mercado teve a pior reação da história a um presidente.
No primeiro pregão com Lula presidente, pela terceira vez, o Ibovespa, principal indicador do nosso mercado de ações caiu 3,06%, enquanto o preço do dólar em relação ao real subiu 1,46%.
Vale lembrar que o resultado da Bolsa e do dólar durante o mandato de cada presidente, até agora, foram diferentes dos resultados do primeiro dia. A maior valorização da Bolsa durante um mandato presidencial foi durante o primeiro governo Lula, como mostrou reportagem especial do Monitor do Mercado. Clique aqui para ler.
O mal humor do mercado com Lula reflete as críticas do atual presidente ao teto de gastos, âncora fiscal bem-vista pelo mercado financeiro, e a prorrogação da isenção dos combustíveis – ententida como uma ação populista. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, queria o fim do benefício, mas acabou desautorizado pelo presidente.
A decisão de prorrogar a desoneração aconteceu para evitar o aumento nos preços dos combustivéis logo no começo do mandato. A desoneração dos tributos federais, PIS e Cofins, será válida até o fim de fevereiro e abrangem gasolina, etanol, querosene de aviação e gás natural veicular. Para diesel, biodiesel e gás liquefeito de petróleo (GLP), o corte valerá até o fim do ano.
Outro fator que pesa para a confiança do investidor é a indicação de Jean Paul Prates para presidir a Petrobras. O senador petista defende a mudança na política de preços da companhia, mas o mercado teme que o fim do Preço de Paridade Internacional (PPI) pode trazer prejuízo à companhia.
Imagem: Piqsels