O Banco Central (BC) revisou para cima a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024, de 2,3% para 3,2%, impulsionado principalmente pela elevação no setor de serviços e pela maior demanda das famílias. O Relatório Trimestral de Inflação divulgado nesta quinta-feira (26) também trouxe novas projeções para o crescimento econômico em 2025.
Para 2025, a instituição projeta que o PIB brasileiro crescerá 2%. Na ótica da demanda, o consumo das famílias foi revisto de 3,5% para 4,5%, e o consumo do governo subiu de 1,8% para 2,7%.
Expectativas para inflação foram elevadas
No relatório, o BC revisou para cima a estimativa de inflação neste ano, elevando a previsão de 4% para 4,3%. Esse número está 1,3 ponto percentual acima do centro da meta de 3% para o próximo ano. Nas últimas 10 semanas, a instituição vem aumentando as estimativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
As projeções também foram ajustadas para 2025 e 2026, com as novas estimativas de 3,7% e 3,3%, respectivamente. O BC destaca que essas projeções são influenciadas por fatores como a taxa Selic e o câmbio, com base na Paridade do Poder de Compra (PPC).
Riscos de estouro da meta de inflação aumentam
O BC também aumentou a estimativa da probabilidade de estouro da meta de inflação para 2024, de 28% para 36%. A instituição atribui esse risco principalmente à atividade econômica mais forte do que o esperado, à depreciação cambial e às expectativas inflacionárias elevadas.
Para os dois próximos anos, a expectativa de um estouro do teto da meta inflacionária é de 28% em 2025 e de 19% em 2026.
Banco Central avalia impacto da economia global no PIB
Segundo a instituição, a economia global tem mostrado sinais de desaceleração moderada, mas um arrefecimento mais intenso poderia gerar uma pressão desinflacionária externa. Por outro lado, o BC ressalta que uma desaceleração global poderia aliviar a pressão inflacionária, sobretudo nos preços de commodities.
O BC alertou que um arrefecimento mais forte da economia global pode reduzir a inflação externa e favorecer o desempenho das moedas de mercados emergentes, como o Brasil. O cenário da segunda maior economia do mundo, a China, que vem crescendo abaixo da média, também chama a atenção do banco.