O JP Morgan Chase, maior banco dos Estados Unidos, registrou um lucro líquido de US$ 12,9 bilhões no terceiro trimestre de 2024, 29% menor em relação aos US$ 18,15 bilhões registrados no semestre anterior e 2% abaixo dos US$ 13,15 bilhões registrados no mesmo período de 2023, conforme o balanço divulgado nesta sexta-feira (11).
A retração nos lucros é atribuída principalmente às provisões maiores para inadimplência, que acabaram reduzindo a performance do banco de investimento.
O banco também registrou um lucro por ação de US$ 4,37 no intervalo entre julho e setembro, que veio acima das projeções do mercado, que eram de US$ 3,99. No entanto, os números vieram menores que os apresentados no segundo trimestre, de US$ 6,12.
No início da tarde desta sexta-feira, as ações do banco (JPMC34) registravam alta de 5,86%, a US$ 224,29, com um avanço de 1,84% já no pré-mercado após a divulgação do balanço.
Superação da Receita
A Receita do grande banco de investimento somou US$ 42,7 bilhões no terceiro trimestre, representando uma queda de 15% em relação aos US$ 50,2 bilhões registrados no segundo trimestre.
Na comparação anual, o banco norte-americano teve um avanço de 7%, quando obteve uma receita de US$ 39,8 bilhões.
Fatores que influenciaram na alta líquida de juros
Em meio às expectativas de corte de juros dos Estados Unidos, o JP Morgan registrou uma receita líquida de juros (excluindo mercados) de US$ 23,4 bilhões, que surpreendeu o mercado, elevando a previsão para a principal fonte de receita, com as taxas de banco de investimento subindo 31%, enquanto as estimativas eram de uma alta de 16%.
A alta de 1% na receita líquida de juros foi motivada, além dos resultados do balanço, por fatores como o reinvestimento de títulos, maiores saldos rotativos nos serviços de cartão de crédito e maiores saldos de depósitos no atacado, predominantemente compensados por menores saldos de depósitos em no setor de consumo (CCB) e a compressão da margem de depósito em todas as linhas de negócios.
Na gestão de fortunas, as taxas de gestão de ativos aumentaram 15%, enquanto as entradas líquidas de longo prazo atingiram um nível recorde, ao registrar US$ 72 bilhões.
Receita não proveniente de juros
Já a receita não proveniente de juros do banco (excluindo mercados), teve um saldo de US$ 12,7 bilhões, com uma alta de 17%.
A redução de perdas líquidas de títulos de investimento em comparação ao ano anterior, o aumento das taxas de administração de ativos em gestão de fortunas e no banco de consumo, assim como o aumento das taxas de banco de investimento foram os principais fatores que contribuíram para essa alta.
O balanço também traz uma receita de mercados de US$ 7,2 bilhões, com uma alta de 8% e a despesa não proveniente de juros em US$ 22,6 bilhões, com alta de 4%. Esses resultados foram impulsionados por uma remuneração maior, inclusive a relacionada aos funcionários.
Provisão de perdas
O JP Morgan teve uma provisão para perdas de crédito de US$ 3,1 bilhões, representando uma alta de 125% na base anual. Os números tiveram influência do acúmulo de reserva líquida, que foi de de US$ 1,0 bilhão; e das baixas líquidas de US$ 2,1 bilhões, que aumentaram em US$ 590 milhões, impulsionadas pelos serviços de cartão de crédito.
Mesmo com esse bom desempenho, o CEO do banco, Jamie Dimon, declarou que apesar dos resultados, “Questões críticas permanecem, incluindo grandes déficits fiscais, necessidades de infraestrutura, reestruturação do comércio e remilitarização do mundo”.
Dimon também ressaltou pontos positivos: que o crescimento das taxas de pagamento está atrelada aos investimentos, que alimentam o crescimento orgânico; e que o banco de consumo ficou em primeiro lugar em depósitos de varejo nos EUA pelo quarto ano consecutivo, com a contribuição dos empréstimos de cartão, que aumentaram 11%, além de novas aquisições de contas, que somam 2,5 milhões.