O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu que a faixa de isenção do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) ultrapasse os R$ 5 mil prometidos durante sua campanha presidencial.
Durante entrevista à Rádio O Povo, em Fortaleza, nesta sexta-feira (11), Lula destacou que a ampliação da isenção não é apenas um compromisso político, mas uma questão de “justiça”. Para viabilizar essa medida, o presidente reafirmou a necessidade de taxar os “super ricos”.
Isenção de IR seria compensada com taxação aos mais ricos
Lula argumentou que os trabalhadores brasileiros pagam proporcionalmente mais impostos que os ricos. “Não se pode cobrar 27% ou 15% de quem ganha R$ 4 mil, enquanto quem lucra bilhões com dividendos não paga nada”, afirmou o presidente. Entre os pontos levantados pelo presidente está a necessidade de se discutir abertamente quem paga impostos e quanto, de forma transparente para a sociedade.
O presidente ainda reforçou que, para ele, salário não deve ser considerado renda, apontando que a verdadeira renda está na especulação financeira. “Renda quem tem é o cara que vive de especulação”, explicou, sugerindo que a isenção futura poderia ser ampliada ainda mais, beneficiando um número maior de trabalhadores.
Falas de Lula reforçam olhares para o cenário fiscal
Ao longo da tarde, os investidores passaram a analisar de perto a entrevista do presidente à rádio cearense. Ao longo da conversa, Lula afirmou que o governo federal comprará um novo avião presidencial, e que segundo ele “não será do Lula, do FHC ou do Bolsonaro”, mas sim da instituição Presidência da República.
As falas vieram na contramão do discurso esperado pelo mercado, de uma postura contracionista e de corte nos gastos. Recentemente, a agência de classificação de risco Fitch indicou, em entrevista ao Broadcast, que o país precisará de mais esforços para garantir uma alteração na nota de crédito, assim como a Moody’s anunciou no início deste mês.
Nesta sexta, o dólar subiu 0,50%, aos R$ 5,61, com alta de 2,62% na semana. Por outro lado, o Ibovespa recuou 0,28%, perdendo os 130 mil pontos e acumulando uma queda de 1,37%.
Na última hora de negociações da semana, os índices mais afetados foram os juros futuros, que subiram ao longo de toda a curva. Os vencimentos mais longos chegaram a tocar uma alta de 20 pontos-base.
Por volta das 16h30, a taxa de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 subia de 12,555% para 12,625%, enquanto o DI de janeiro de 2027 subia para 12,810%, e o DI para janeiro de 2028 para 12,825%