A produção de petróleo da Petrobras (PETR3; PETR4) em solo brasileiro caiu 8,2% no terceiro trimestre, na comparação com o ano passado. Segundo os dados divulgados nesta segunda-feira (28) no relatório de produção e vendas, foram produzidos, em média, 2,13 milhões de barris por dia.
Na soma entre o volume produzido entre Brasil e exterior, a estatal alcançou 2,689 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed) no terceiro trimestre, uma queda de 6,5% na comparação anual.
Nesta terça-feira (29), as ações da estatal abrem o dia perto da estabilidade, com PETR3 subindo 0,25% e PETR4 em alta de 0,19%.
Produção no pré-sal atingiu recorde no trimestre
No pré-sal, a Petrobras relatou que 73% da produção total de óleo veio dessa área, atingindo um patamar recorde. Em outubro, entrou em operação o FPSO Maria Quitéria no campo de Jubarte, com capacidade de 100 mil barris de petróleo e 5 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia, equipado com tecnologias de redução de emissões.
Em fase final de preparação, o FPSO Marechal Duque de Caxias, no campo de Mero, tem expectativa de produzir até 180 mil barris de petróleo e 12 milhões de metros cúbicos de gás natural diariamente.
A Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN) do Rota 3, no Complexo de Energias Boaventura, iniciou seu primeiro módulo em setembro, com expectativa de processar até 21 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia ao final de 2024.
Crescimento em vendas de derivados e acordo com Vale
A Petrobras também registrou alta de 4,2% nas vendas de derivados no mercado interno no trimestre, com destaque para diesel, gasolina e QAV, impulsionada pela demanda sazonal. As vendas de diesel cresceram 6%, impulsionadas pelo plantio da Safra de Grãos de Verão e aumento da atividade industrial.
A empresa também citou o acordo com a Vale para o fornecimento de produtos de baixo carbono, incluindo o Diesel R, um combustível com conteúdo renovável que duplicou seu volume de vendas em setembro, comparado ao recorde de abril de 2024. Esse é o primeiro fornecimento direto desse tipo de diesel para a mineradora.
Exportações da Petrobras caíram
No trimestre, as exportações líquidas caíram 6,6% em relação ao mesmo período de 2023, enquanto as importações de diesel aumentaram para atender à demanda doméstica.
A Petrobras exportou mais óleo combustível devido ao cumprimento de contratos iniciados no trimestre anterior, enquanto as exportações de petróleo cru para a China recuaram, com a empresa redirecionando parte do volume para a Coreia e a Índia.
A estatal reafirmou sua previsão de produção para 2024, projetando atingir o intervalo de 2,8 milhões de boed conforme o Plano Estratégico 2024-28+. Esse desempenho é suportado por ramp-ups e novos sistemas de produção que devem entrar em operação no quarto trimestre de 2024.
BTG Pactual recomenda compra para Petrobras
O BTG Pactual reiterou a sua recomendação de compra para a Petrobras, com o preço-alvo de R$ 52. Para o terceiro trimestre, o banco prevê um EBITDA recorrente de US$ 11,6 bilhões para a estatal, mesmo com o Brent mais baixo (-7% no trimestre).
Com produção estável e vendas fortes, a expectativa é de geração de fluxo de caixa de US$ 2,1 bilhões para acionistas e dividendos ordinários de US$ 2,1 bilhões (yield de 2,5%). O BTG não descarta dividendos especiais em novembro, o que, junto ao novo Plano Estratégico de 5 anos, pode impulsionar as ações mais que os resultados trimestrais.
Ontem, o BTG já havia recomendado compra para as ações da Petrobras e para as ADRs (negociadas em Nova York), com preço-alvo de US$ 19, em virtude do investimento da companhia no setor de fertilizantes. Segundo o banco, o aporte resultará em “alto grau de ceticismo” por parte os acionistas