O preço da picanha entrou na pauta das campanhas para presidente da República, mas, se o parâmetro do eleitor é o custo do churrasco, não se pode deixar de fora sua principal aliada, a chamada “paixão nacional”, a cerveja.
Em um levantamento exclusivo, o Monitor do Mercado traz o preço de diferentes marcas de cerveja, ano a ano, desde o primeiro governo Lula, comparando-o com a inflação geral e com o preço da cesta básica no período. Os dados usados como base foram fornecidos pela Receita Estadual de Rondônia.
No primeiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva, a variação média dos preços das 4 cervejas de 600ml (Antárctica, Brahma, Schin e Skol) ficou acima da inflação. Ou seja, a cerveja encareceu mais do que outros itens do supermercado.
Em números, a inflação, medida pelo IPCA, ficou em 17,81%, enquanto a alta dos preços das cervejas foi de 23,67%. A cesta básica apresentou uma alta de 10,83%, bem abaixo da inflação no período.
Já no segundo mandato de Lula, a situação se inverte: todas as cervejas analisadas encareceram, mas em uma variação abaixo da inflação – que ficou em 23,23%. Entretanto, a cesta básica, acabou com uma alta de 45%.
Totalizando os mandatos, Lula saiu do Planalto com a variação do preço das cervejas significativamente menor do que a inflação — quase 10 pontos percentuais.
Já para Bolsonaro, a história é outra. Enquanto seu mandato acumula uma alta de 25,15% no IPCA, as principais marcas de cerveja do Brasil encarecem bem acima da inflação.
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O destaque ficou para Heineken, que mais do que dobrou de preço, em uma alta de 105% nos últimos quatro anos. Comparando com as marcas populares na era Lula (Antárctica, Brahma, Schin e Skol), a alta média é de 50% dos preços – praticamente o dobro da inflação.
Na comparação com a cesta básica, entretanto, a cervejinha ficou no lucro. Enquanto itens essenciais para a alimentação do brasileiro tiveram uma alta de 61,9%, as cervejas saíram com uma vantagem de 10 pontos percentuais. Ou seja, ficou mais caro comprar arroz, feijão, óleo, farinha (etc.) do que tomar uma gelada.
A menção honrosa vai ficar para a Devassa, que foi a única, dentre as marcas pesquisadas, que conseguiu ter uma alta abaixo da inflação — de 15,4%.
Na nossa Bolsa, a única ação diretamente ligada ao setor é da gigante global AmBev (ABEV3). Neste ano, os papéis subiram 2,8%. Em relação a cinco anos atrás, registram uma queda de 23%.
Confira o gráfico: