O dólar à vista voltou a subir nesta sexta-feira (6), após três pregões consecutivos de queda. A moeda americana fechou em alta de 1,02%, cotada a R$ 6,07, superando o recorde anterior de R$ 6,0680.
A valorização foi impulsionada por incertezas fiscais no Brasil, valorização global do dólar e quedas acentuadas nos preços de commodities como petróleo e minério de ferro.
Incerteza fiscal pressiona o real
O cenário doméstico está sendo influenciado pela possibilidade de alterações no pacote fiscal do governo no Congresso. Um dos pontos de maior resistência é a revisão no Benefício de Prestação Continuada (BPC), que poderia gerar economia de R$ 2 bilhões anuais. Entretanto, deputados, especialmente do PT, têm sinalizado dificuldades para aprovar essas mudanças.
Em entrevista ao Estadão Brodcast, o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, destacou que a proximidade da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para a próxima quarta-feira (11), também contribuiu para a pressão no câmbio. Ele alertou para o risco de revisão das expectativas inflacionárias no relatório Focus e o impacto disso nas decisões de política monetária.
Cenário internacional e impacto do payroll nos EUA
No exterior, o dólar ganhou força contra moedas fortes e emergentes, com o índice DXY, que mede o desempenho da moeda americana, superando 106 pontos. Dados mistos do mercado de trabalho dos Estados Unidos (payroll) e uma confiança do consumidor acima do esperado reforçaram a percepção de resiliência econômica americana.
Apesar das expectativas de que o Federal Reserve possa reduzir a taxa de juros em 25 pontos-base ainda este mês, há receios de que o ciclo de cortes seja limitado ao longo de 2025, o que mantém o dólar fortalecido.