O IPCA de setembro apresentou recuo de 0,29%, acelerando comparação a prévia do mês (-0,37%) e próximo da estimativa da Tendências Consultoria (-0,28%). Em 12 meses, o indicador acumulou alta de 7,2%, ante 8,7% acumulados até o mês passado.
Para outubro, espera-se que o indicador retorne ao campo positivo, diante da contínua aceleração dos preços de combustíveis e da energia elétrica residencial. “Ainda assim, devido às recentes quedas mais fortes que o esperado dos preços de combustíveis e ao arrefecimento significativo dos preços de alimentos, nossa projeção para o IPCA de 2022 foi reduzida para 5,6% (ante 6,3%)”, projeta a consultoria em relatório divulgado há pouco.
Segundo o documento, a aceleração esperada para outubro deve ser novamente oriunda dos movimentos de preços nos grupos que foram mais impactados pela desoneração tributária nos últimos resultados.
“Neste sentido, deve haver uma queda de menor magnitude do grupo Transportes, devido à dissipação do efeito da redução do ICMS sobre a gasolina e o etanol e ao menor impacto dos reajustes promovidos pela Petrobras. Adicionalmente, o grupo Habitação deve manter sua trajetória de altas cada vez maiores, devido ao aumento do preço da energia elétrica residencial. Em contrapartida, os preços de alimentos devem desacelerar, influenciados pelo recuo nos preços de commodities agropecuárias no mercado internacional. O grupo Artigos de Residência também deve ter um efeito baixista no próximo resultado, dada a recente melhora nos desequilíbrios na cadeia produtiva mundial observados ao longo deste ano”.
Na abertura dos preços livres, a inflação de serviços acelerou no índice de serviços totais, com alta de 0,39% (ante 0,31% na prévia do mês), movimento também observado na métrica que exclui passagens aéreas (0,23% ante 0,17% no IPCA-15). Em 12 meses, houve desaceleração em relação ao último resultado nos serviços totais (8,47% ante 8,52%), enquanto foi registrada uma maior alta na métrica que exclui o item passagens aéreas (7,82%, ante 7,79% na prévia).
A média dos núcleos ficou em 0,36% (4,39% em termos anualizados), desacelerando em relação às variações registradas no IPCA-15 (0,40% e 4,95%, respectivamente). “Para os próximos meses, a expectativa para os núcleos é de aceleração, assim como a inflação geral, em meio à manutenção da dissipação dos efeitos baixistas da redução de tributos. No tocante ao índice de difusão, houve um aumento para 61,54% (de 59,95% em agosto), revertendo a recente tendência de concentração das pressões inflacionárias em determinados itens”, completa.
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