O dólar encerrou a última sessão de 2024 em baixa de 0,22%, cotado a R$ 6,179 no fim da tarde desta segunda-feira (30). Apesar do recuo pontual, a moeda norte-americana acumulou valorização de 27% no ano, registrando o maior avanço anual desde 2020, quando subiu 29,3%.
A cotação oscilou ao longo do pregão, influenciada por um leilão realizado pelo Banco Central. A autarquia vendeu US$ 1,815 bilhão no mercado à vista, o que derrubou temporariamente o dólar para abaixo de R$ 6,20 no início da tarde.
Desde o início de dezembro, o BC já vendeu US$ 32,6 bilhões em operações no mercado cambial, sendo US$ 21,6 bilhões à vista e US$ 11 bilhões com compromisso de recompra.
Leilões para mitigar desvalorização do Real
Esses leilões têm sido uma resposta à volatilidade do real e aos receios do mercado em relação ao cenário fiscal brasileiro. Apesar das intervenções, os efeitos sobre a cotação têm sido pontuais, com o dólar mantendo força devido à incerteza econômica e política no país.
A fragilidade do real em 2024 reflete dúvidas sobre o compromisso do governo brasileiro com o ajuste das contas públicas. Apesar da aprovação de medidas fiscais em dezembro, como o pacote de contenção de gastos, investidores questionam sua efetividade para conter o crescimento da dívida.
Além do impacto local, o dólar se beneficiou ao longo do ano de fatores externos. A vitória de Donald Trump nas eleições dos EUA, junto com expectativas de políticas pró-crescimento e inflação mais alta, reforçaram a valorização da moeda. No mercado global, o índice do dólar, que mede o desempenho da divisa frente a outras moedas, permaneceu próximo das máximas históricas.
Com os desafios fiscais internos e o fortalecimento do dólar no exterior, o real foi uma das moedas que mais se desvalorizaram no mundo em 2024. A moeda brasileira chegou a atingir o pico histórico de R$ 6,2679 neste mês, em meio ao pessimismo do mercado.