O valor de mercado da Vale (VALE3) recuou para menos de US$ 40 bilhões, algo que só aconteceu duas vezes desde 2005, quando a mineradora superou de vez este patamar. Uma delas foi em 2016 e a outra durante a pandemia de Covid-19.
Segundo o banco Citi, o responsável pela desvalorização foi o minério de ferro, que caiu de 15% em 2024, impactado pela demanda mais fraca na China e um aumento nas importações.
A queda do valor de mercado da empresa, de acordo com os analistas, mostra um preço subvalorizado (preço de mercado abaixo do valor patrimonial) em relação à média histórica dos últimos 10 anos.
Para 2025, o banco espera que o minério de ferro seja negociado a US$ 95 por tonelada, com o mercado permanecendo em superávit. Isso porque a expectativa é que a produção de aço bruto da China já tenha atingido seu pico e deve diminuir gradualmente. Ao mesmo tempo, o fornecimento de minério do Brasil e da Austrália deve crescer, exigindo cortes na produção em outras regiões.
Recomendação de compra para Vale
Apesar do cenário desafiador, o Citi mantém recomendação de compra para os papéis da Vale. Mas o preço-alvo das American Depositary Receipts (ADRs) foi rebaixado de US$ 15 para US$ 12, representando um potencial de valorização de 39% em relação ao último fechamento.
Estimativas para o Ebitda
O Citi também projeta que o Ebitda da Vale no quarto trimestre de 2024 será de US$ 4,1 bilhões. Essa estimativa considera uma produção de 80 milhões de toneladas (mt), vendas de 87 mt e o minério de ferro negociado a US$ 88 por tonelada.
Para 2025, o banco prevê um Ebitda de US$ 13,8 bilhões, uma queda de 5% em relação ao ano anterior, considerando o minério de ferro a US$ 95 por tonelada.