A indústria de fundos de investimento registrou uma captação líquida de R$ 60,7 bilhões em 2024, revertendo o resultado negativo de 2023, quando houve saques líquidos de R$ 106,2 bilhões.
Os dados foram divulgados nesta terça-feira (7) pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). O desempenho de 2024 foi o terceiro melhor dos últimos cinco anos, atrás de 2021 (R$ 405,7 bilhões) e 2020 (R$ 176,5 bilhões).
O patrimônio líquido (PL) da indústria dos fundos de investimento cresceu 10,1% no ano, alcançando R$ 9,2 trilhões. O número de fundos aumentou 2,7%, chegando a 31.761, enquanto o total de gestores subiu 4,4%, para 1.037.
Investidores pessoa jurídica lideram aportes
O maior volume de aportes veio de investidores pessoa jurídica, que aplicaram R$ 172,1 bilhões. Em seguida, os investidores institucionais investiram R$ 63,8 bilhões. Por outro lado, investidores pessoa física realizaram saques líquidos de R$ 26,5 bilhões.
Os fundos de renda fixa registraram captação líquida de R$ 243 bilhões, sendo R$ 156,2 bilhões em fundos de duração e crédito livres. Esse movimento reflete a preferência por investimentos mais conservadores, em um cenário de juros elevados.
Os fundos de renda fixa com alocação entre 50% e 70% em crédito privado somaram R$ 113 bilhões em captação líquida até novembro. O número de fundos desse tipo cresceu 49% no ano, totalizando 2.070.
Por outro lado, os fundos multimercados ainda enfrentam dificuldades, com saques líquidos de R$ 356,7 bilhões em 2024. Mesmo assim, os fundos dessa classe que investem no exterior apresentaram a melhor rentabilidade no ano, de 11,4%, acima do CDI.
Infraestrutura e Fiagro como destaques do ano
Os fundos de infraestrutura captaram R$ 109 bilhões até novembro, com o número de contas subindo 200%, para 985.645. Segundo a Anbima, a isenção de imposto de renda é um fator de atratividade para essa classe.
No setor do agronegócio, os fundos Fiagro captaram R$ 1,2 bilhão, dobrando seu patrimônio líquido para R$ 40,5 bilhões em relação a 2023.
Adoção de novas regras da CVM
Em vigor desde novembro do ano passado, a regulação 175 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), exige que os fundos se adaptem às novas medidas, e possui um prazo final até junho de 2025, para a adequação.
Atualmente, 4.277 novos fundos e 4.926 fundos adaptados já operam sob as novas regras, somando um PL de R$ 2,1 trilhões.