O dólar comercial fechou em alta de 0,80%, cotado a R$ 5,3930. O movimento durante toda a sessão refletiu a forte aversão global ao risco, puxada pelas incertezas sobre as economias dos Estados Unidos e, principalmente, da Europa.
Segundo o head de tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt, “o dólar vem se valorizando frente a todas as moedas, especialmente as emergentes. Devido à aproximação das eleições, o real perde mais, mas é um movimento natural”.
De acordo com o economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira, “a piora do cenário lá fora gera um cenário de grande aversão ao risco, com as perspectivas de reações a uma inflação muito forte. Isso também faz com que a Europa tenha de tomar uma atitude mais forte em relação aos juros”.
Para o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, “o Produto Interno Bruto (PIB) veio em linha, mas a mensagem que fica é de um cenário de estagflação, porém o consumo das famílias ainda é alto. Enquanto isso não desaquecer, fica muito difícil o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) não ser duro”. O economista prevê um aumento de 0,75 ponto percentual (pp) e outro de 0,5 pp nas duas reuniões que ocorrem ainda em 2022.
Borsoi entende que os números dos pedidos de seguro-desemprego também são preocupantes: “Abaixo de 200 mil é um nível de pleno emprego, o que mostra um cenário de economia muito aquecida, com a inflação resiliente”, avalia Borsoi.
O PIB dos Estados Unidos caiu 0,6% no segundo trimestre, em linha com as projeções do mercado. Já os pedidos de seguro-desemprego ficaram em 193 mil, na semana encerrada no dia 24 de setembro, abaixo da previsão do mercado (215 mil).
Paulo Holland / Agência CMA
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