OCEO da Enauta, Décio Oddone, defendeu que o país “fortaleça amodalidade rodada permanente e agilize a oferta de blocos”, sobretudo na área do pós-sal, após uma fase de grande desenvolvimento do pré-sal. A declaração foi dada durante a sessão CEO Talks, da Rio Oil & Gas, evento que acontece até amanhã, no Boulevard Olímpico, do Rio de Janeiro (RJ).
Para o executivo, a era dos grandes leilões, com ofertas de compras milionárias, ficou para trás. Por isso, há a necessidade de dar maior ênfase à oferta permanente. “Possivelmente, não teremos mais leilões de grande porte, pois todas as principais áreas do pré-sal já foram leiloadas”, justifica.
Um exemplo é a própria Enauta, que tem um portfólio exploratório que pode ser acionado para gerar crescimento da companhia no longo prazo, segundo Oddone.
De acordo com Oddone, apesar do potencial brasileiro, é preciso, agora, criar condições dentro do ambiente regulatório para que entrantes surjam e as empresas deste segmento cresçam.
“No Brasil, ao longo da história do setor de óleo e gás, cerca de 30 mil poços foram perfurados, enquanto na Argentina, país vizinho, esse número é o dobro”, destacou Oddone
“Não conseguimos enxergar o potencial geológico brasileiro em sua plenitude. O pré-sal inebriou o ambiente e atraiu todas as atenções nos últimos anos, mas o mundo mudou. Hoje, o apetite pela exploração de alto risco diminuiu. É preciso abrir mais oportunidade de exploração para o conjunto de companhias independentes, além de facilitar a oferta permanente no entorno dessas áreas, especialmente na bacia de Campos, que desde 2008 não tem áreas ofertadas”, sinaliza o executivo.
PROJETO ATLANTA
A Enauta é uma das principais empresas independentes de exploração e produção de petróleo e gás do Brasil. Operadora do Campo de Atlanta, na Bacia de Santos, a empresa conseguiu neste ano a aprovação para implantação do Sistema Definitivo (SD). O projeto contará com investimentos de até US$ 1,2 bilhão e pode aumentar a capacidade de produção do campo para até 50 mil barris de petróleo por dia.
Recentemente, a companhia iniciou também um processo competitivo para desenvolvimento de novas tecnologias que possibilitem o início do desenvolvimento do Campo de Oliva, que possui volume estimado de 370 milhões de barris de óleo equivalente in place.
O Campo de Oliva está situado a 18 km de Atlanta e pertence à mesma concessão adquirida pela Enauta em 2011. Segundo Oddone, Oliva pode ter uma elevada sinergia operacional com Atlanta e a operação permite a otimização de recursos, gerando valor para os acionistas e para a sociedade.
Emerson Lopes / Agência CMA
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