A MRV (MRVE3), grupo de empresas do setor imobiliário, reportou um prejuízo líquido consolidado de R$ 249,8 milhões no quarto trimestre de 2024, aumento de 138% em relação ao mesmo período de 2023, quando a perda foi de R$ 104,9 milhões.
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De acordo com o balanço trimestral, divulgado na noite desta última segunda-feira (24), o desempenho foi impactado, principalmente, pela operação nos Estados Unidos e ajustes contábeis no Brasil.
Desempenho das divisões
A principal divisão do grupo, a própria MRV, teve prejuízo líquido de R$ 17,7 milhões. No entanto, no critério ajustado, que exclui despesas contábeis sem efeito no caixa, a empresa apresentou lucro de R$ 78,2 milhões.
O critério ajustado desconsidera um impacto de R$ 96 milhões referente ao mecanismo de equity swap, utilizado na recompra de ações da companhia. A queda no preço dos papéis da MRV gerou um ajuste negativo na marcação a mercado dessa operação.
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O principal fator que pesou no balanço foi a subsidiária norte-americana Resia, que registrou prejuízo de R$ 237,7 milhões. O resultado negativo foi atribuído à venda de um empreendimento em Austin por um valor inferior ao esperado, reflexo de custos de construção acima do previsto e receitas de locação abaixo das estimativas.
Entre as demais divisões, a Urba reportou lucro de R$ 4,6 milhões e a Luggo, de R$ 500 mil.
Receita avança, mas despesas aumentam
A receita líquida consolidada cresceu 22,4% na comparação anual, totalizando R$ 2,376 bilhões. O crescimento foi impulsionado pelo aumento das vendas no programa Minha Casa Minha Vida e pela maior produção da MRV.
A margem bruta consolidada subiu para 26,6%, um avanço de 2,5 pontos percentuais, impulsionado pelo aumento da receita e pela diluição de despesas. A MRV destacou que tem conseguido controlar os custos de construção, mantendo-os abaixo da inflação do setor, medida pelo INCC.
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Por outro lado, as despesas operacionais consolidadas atingiram R$ 610 milhões, um aumento de 21,1% no ano. O resultado financeiro, que reflete o saldo entre receitas e despesas financeiras, registrou uma despesa líquida de R$ 174,5 milhões, um salto de 219%, impulsionado pelas oscilações do equity swap.
Endividamento e alavancagem
No Brasil, a MRV&CO encerrou o trimestre com uma dívida líquida de R$ 2,295 bilhões, queda de 7,6% na base anual. A alavancagem, medida pela relação entre dívida líquida e patrimônio líquido, recuou para 40,1%, redução de 2 pontos percentuais.
Nos Estados Unidos, a situação foi diferente. A dívida líquida da Resia subiu para US$ 639 milhões, alta de 20,6%, com alavancagem de 227%, um aumento de 73 pontos percentuais.
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Para reduzir esse endividamento, a companhia anunciou um plano de venda de US$ 800 milhões em terrenos e empreendimentos ao longo dos próximos trimestres.
Balanço anual e cumprimento de metas
No consolidado de 2024, a MRV&CO teve um prejuízo líquido de R$ 503,2 milhões, significativamente maior que a perda de R$ 29,8 milhões registrada em 2023. No critério ajustado, que exclui o impacto do equity swap, o prejuízo foi de R$ 128,2 milhões.
A receita operacional líquida do ano somou R$ 9,009 bilhões, um avanço de 21,6% na base anual. Apesar dos desafios, a empresa atingiu todas as metas estabelecidas para o segmento de incorporação da MRV, incluindo:
- Receita de R$ 8,5 bilhões (dentro da meta de R$ 8 bilhões a R$ 8,5 bilhões);
- Margem bruta de 26,4% (meta era 26% a 27%);
- Geração de caixa de R$ 419 milhões (superando a projeção de R$ 300 milhões a R$ 400 milhões);
- Alavancagem de 35,7% (dentro da meta de 34% a 36%);
- Lucro líquido de R$ 274 milhões (meta era entre R$ 250 milhões e R$ 290 milhões).
