O dólar fechou esta quinta-feira (27) em alta de 0,43%, a R$ 5,83, no maior valor de fechamento desde 31 de janeiro. O movimento acompanhou a valorização global da moeda americana, impulsionada por novas tarifas de importação anunciadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
A valorização do dólar no exterior ocorreu após Trump confirmar que tarifas sobre México e Canadá, anteriormente suspensas, entrarão em vigor em 4 de março.
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Além disso, ele anunciou uma tarifa adicional de 10% sobre produtos da China, em resposta à suposta falta de medidas do país asiático para controlar a oferta de fentanil.
No mercado internacional, o índice DXY — que mede o desempenho do dólar frente a seis moedas fortes — avançou mais de 0,70%, superando os 107,000 pontos, com alta de 0,80% em relação ao euro.
Reação do real e cenário doméstico
O real teve um desempenho melhor que outras moedas emergentes, como o peso chileno e o rand sul-africano, após ter registrado forte queda no pregão anterior. A desvalorização da moeda brasileira ontem foi influenciada por rumores sobre uma possível reforma ministerial e preocupações fiscais.
Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) e o resultado fiscal do Governo Central em janeiro ficaram dentro das expectativas e tiveram impacto limitado no câmbio.
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Em entrevista do Estadão Broadcast, Adauto Lima, economista-chefe da Western Asset, explicou que a valorização do dólar tem sido impulsionada por fatores externos, mas a percepção de risco fiscal no Brasil também contribui.
Ele citou a recente liberação de R$ 12 bilhões de recursos retidos do saque-aniversário do FGTS como um dos fatores que aumentam a incerteza sobre a condução da política fiscal.
