Os investidores que optam por diversificação a sua carteira de investimentos com opções no exterior estão mais protegidos contra a variação do câmbio. Segundo estudo da Fundação Getulio Vargas (FGV), as oscilações impactam diretamente no custo de vida dos brasileiros e afetam o poder de compra.
O estudo calcula que a exposição mínima recomendada a ativos no exterior varia conforme a faixa de renda. Para famílias de alta renda, que costumam gastar mais com viagens e educação no exterior, o percentual ideal sobe para 17% a 18% da carteira. Os analistas da FGV afirmam que a alocação mínima recomendada é de 16%.
A volatilidade do câmbio reforça a necessidade dessa proteção. Nos últimos 10 anos, a taxa de câmbio oscilou significativamente, com um coeficiente de variação de 22,6%. Isso significa que o real pode perder valor rapidamente, tornando essencial a diversificação para manter o poder de compra.
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Como o câmbio afeta o consumo
O estudo demonstra que de 10% a 25% da cesta de consumo dos brasileiros é influenciada por produtos importados ou por insumos que têm preços atrelados ao dólar. Eletrônicos, veículos, combustíveis e medicamentos estão entre os itens mais afetados pela variação cambial.
Além disso, mesmo bens produzidos no Brasil sofrem impacto, pois muitos componentes usados na fabricação são importados. Isso significa que a alta do dólar pode se refletir em preços mais altos em diversas categorias, da alimentação ao transporte.
“Os brasileiros costumam subestimar a influência do câmbio na inflação. Mesmo quem não compra produtos importados diretamente sente o efeito da variação cambial, pois muitos setores dependem de insumos precificados em dólar”, explica o pesquisador William Eid Junior, um dos autores do estudo.
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A importância da diversificação internacional
O levantamento destaca que o Brasil está entre os países com maior viés doméstico nos investimentos. Segundo dados da Anbima, apenas 1,56% do patrimônio dos fundos brasileiros está aplicado no exterior.
Esse comportamento expõe os investidores a riscos elevados, uma vez que a concentração em ativos locais os deixa vulneráveis à volatilidade da moeda.
A diversificação internacional reduz riscos e melhora a relação entre retorno e segurança. Além disso, permite o acesso a setores pouco representados na Bolsa brasileira, como tecnologia, biotecnologia e semicondutores.
“Os investidores brasileiros têm uma exposição cambial muito menor do que o necessário para proteger seu poder de compra […] Se o real perde valor, a inflação sobe e o patrimônio perde poder aquisitivo. Investimentos no exterior funcionam como uma proteção natural”, afirma Claudia Emiko Yoshinaga, coautora do estudo.
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Proteção contra a variação cambial
Segundo o pesquisador Ricardo Ratner Rochman, a alocação mínima de 16% recomendada para proteção contra a volatilidade do real pode ser ainda maior dependendo do perfil do investidor.
“Para aqueles que querem não apenas preservar poder de compra, mas buscar novas oportunidades, a diversificação internacional pode representar um ganho estratégico importante”, afirma.
O estudo conclui que, além de garantir estabilidade no consumo, a diversificação internacional melhora a estratégia de investimento. A recomendação é que investidores brasileiros considerem ativos dolarizados, como ações estrangeiras, fundos cambiais ou ETFs internacionais, para mitigar o impacto da desvalorização do real.