A China manteve a meta de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 5% para 2025 — o mesmo patamar pelo terceiro ano seguido —, apesar de um cenário de intensificação das disputas comerciais com os Estados Unidos sob o governo de Donald Trump.
A decisão anunciada pelo primeiro-ministro chinês, Li Qiang, durante reunião anual do legislativo, ocorreu um dia depois das novas tarifas de 10% sobre bens chineses impostas por Trump entrarem em vigor.
O governo norte-americano também aumentou para 25% as tarifas sobre produtos do Canadá e do México, mas sinalizou que pode aliviar as restrições a esses países, sem dar a mesma indicação para a China.
- ⚡ Se proteja das mudanças do cenário macroeconômico com um planejamento financeiro! Garanta aqui seu plano personalizado grátis e leve seus investimentos ao próximo nível.
Medidas para impulsionar a economia da China
Para sustentar o crescimento, a China elevou a meta de déficit fiscal para 4% do PIB, acima dos 3% do ano anterior. Além disso, o governo permitirá que administrações locais emitam 4,4 trilhões de yuans (R$ 3,5 trilhões) em títulos para financiar infraestrutura e desenvolvimento.
Pequim também pretende emitir 1,3 trilhão de yuans em títulos do tesouro de longo prazo, visando reforçar a base de capital dos grandes bancos do país.
O governo chinês ainda estabeleceu uma meta de inflação de 2% para 2025, abaixo dos 3% de 2024. No ano passado, os preços ao consumidor avançaram apenas 0,2%, refletindo o cenário de desinflação.
A meta de criação de empregos foi mantida em 12 milhões, enquanto a taxa de desemprego urbano segue limitada a 5,5%.
- ⚡ A informação que os grandes investidores usam – no seu WhatsApp! Entre agora e receba análises, notícias e recomendações.
Reação dos mercados
As bolsas asiáticas fecharam em alta após o anúncio da meta de crescimento. O índice Xangai Composto subiu 0,53%, a 3.341,96 pontos, e o Shenzhen Composto avançou 0,41%, a 2.054,15 pontos.
O Hang Seng, de Hong Kong, teve a maior valorização da região, saltando 2,84%, enquanto o Nikkei, no Japão, subiu 0,23%.
As bolsas locais ainda reagiram ao Índice de Gerentes de Compras (PMI) de serviços da China, que subiu de 51 em janeiro para 51,4 em fevereiro, segundo pesquisa da S&P Global/Caixin, indicando uma leve melhora no setor.
- 📩 Os bastidores do mercado direto no seu e-mail! Assine grátis e receba análises que fazem a diferença no seu bolso.
Análise do mercado
Para o ING, a decisão do governo chinês de manter a meta de crescimento em 5% sugere um suporte mais forte à demanda doméstica. O banco avalia que a política fiscal será mais agressiva este ano, com um estímulo ampliado para acelerar a expansão econômica.
Já a redução da meta de inflação para 2% coloca a China alinhada a outros bancos centrais globais. “Mesmo com uma política monetária mais flexível, não vemos a inflação ultrapassando essa meta, a menos que ocorra algum choque inesperado”, avaliou o ING em relatório.