A Eve Air Mobility (NYSE: EVEX), subsidiária da Embraer especializada em mobilidade aérea urbana, registrou prejuízo de US$ 40,7 milhões no quarto trimestre de 2024, um aumento de 3,7% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando o prejuízo era de US$ 39,3 milhões.
O resultado é atribuído principalmente ao avanço dos investimentos da companhia em pesquisa e desenvolvimento (P&D), em maior parte, relacionado ao desenvolvimento de sua aeronave eVTOL.
Por outro lado, 2024 foi positivo para a empresa em relação aos negócios, que encerrou o ano com uma carteira de pedidos avaliada em aproximadamente US$ 14 bilhões, focada principalmente no mercado norte-americano.
A empresa, referência no desenvolvimento de aeronaves elétricas de pouso e decolagem verticais (eVTOL), segue em fase pré-operacional e, por isso, ainda não gera receita.
Às 13h (horário de Brasília), as ações da Eve Air Mobility em Nova York avançavam 3,57%, negociadas a US$ 3,77.
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Investimentos e posição financeira da Eve
A Eve Air Mobility destinou US$ 33,7 milhões para pesquisa e desenvolvimento (P&D) entre outubro e dezembro, mantendo o mesmo nível de investimentos do ano anterior.
Os gastos totais com operações somaram US$ 156,4 milhões em 2024, acima dos US$ 130,5 milhões investidos 2023, reflexo da intensificação dos trabalhos de engenharia e colaboração com a Embraer.
Apesar do prejuízo registrado no 4º trimestre, a companhia encerrou 2024 com US$ 303,4 milhões em caixa e estima que os recursos sejam suficientes para sustentar as operações até 2026. A empresa também levantou US$ 270 milhões por meio de uma colocação privada de ações e novas linhas de crédito, ampliando sua liquidez.
Para este ano, a Eve projeta consumo de caixa entre US$ 200 milhões e US$ 250 milhões, direcionado ao desenvolvimento e certificação do eVTOL, além da preparação de sua unidade de produção.
Carteira de pedidos e perspectivas
No final de 2024, a Eve possuía uma carteira de pedidos avaliada em aproximadamente US$ 14 bilhões, composta por 28 clientes e um total de 2,8 mil unidades encomendadas, sendo que a maior parte dos pedidos (47%) vem de clientes da América do Norte.
A companhia já firmou cartas de intenção (LOIs) com 28 clientes em nove países, abrangendo operadoras de aeronaves, empresas de leasing e plataformas de compartilhamento de viagens. Entre os destaques está a Helicopters, que assinou um acordo para a compra de até 50 aeronaves.
Além dessas parcerias, a Eve também assinou acordos com empresas como Signature Aviation para pesquisas sobre infraestrutura do ecossistema de operações de Mobilidade Aérea Avançada (AAM) e avança na certificação do eVTOL junto a autoridades regulatórias, como a ANAC (Brasil) e a FAA (EUA). O primeiro voo do protótipo está previsto para ocorrer ainda neste ano.
Financiamento do BNDES para Eve
Para apoiar a expansão da produção, a Eve recebeu um financiamento de R$ 500 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O recurso será utilizado na construção da unidade fabril em Taubaté (SP), com capacidade para produzir até 480 aeronaves por ano. O projeto será desenvolvido de forma modular, permitindo ajustes conforme a demanda do mercado.
O financiamento faz parte do programa BNDES Mais Inovação e se soma à linha de crédito de R$ 490 milhões aprovada em 2022 para apoiar o desenvolvimento do eVTOL.
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Expansão e parcerias da empresa
A Eve tem firmado parcerias estratégicas para fortalecer sua presença no mercado. A empresa colabora com operadores de aeronaves, empresas de leasing e plataformas de compartilhamento de viagens para viabilizar a mobilidade aérea urbana.
Em 2024, a companhia concluiu a montagem de seu protótipo em escala real e iniciou testes de solo. Nos próximos meses, serão realizados ensaios de voo para validar o desempenho da aeronave.
Com a experiência da Embraer em desenvolvimento e certificação de aeronaves, a Eve pode se beneficiar com esse diferencial competitivo no mercado de eVTOLs.