O câmbio foi um dos assuntos que mais geraram debates no mercado financeiro em 2024, principalmente após o dólar intensificar ainda mais suas altas nos últimos meses e chegar a R$ 6,20 — acumulando valorização de quase 28% no ano.
A alta desenfreada levou o Banco Central (BC) a intervir no mercado, realizando leilões de dólares para conter a desvalorização do real. Mas mesmo com os esforços, a volatilidade permaneceu elevada.
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Na estreia do Monitor Entrevista, a economista-chefe do Ouribank, Cristiane Quartaroli, explica como a forte valorização do dólar foi impulsionada por um movimento especulativo, refletindo tanto as incertezas fiscais no Brasil quanto a expectativa em torno da política econômica do governo de Donald Trump, nos Estados Unidos.
Na conversa, Quartaroli também faz uma análise macroeconômica do país, abordando:
- Inflação;
- Taxa Selic;
- O impacto da economia chinesa no Brasil.
A entrevista exclusiva foi conduzida por Marcos de Vasconcellos, CEO do Monitor do Mercado, e estreou às 9h30 desta quarta-feira (12). Confira:
Governo Trump
A política econômica do governo Trump, com medidas protecionistas e tarifárias mais agressivas, trouxe diversas preocupações para o comércio e para os mercados, segundo a especialista.
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Além disso, o cenário nos Estados Unidos, com a expectativa de manutenção de juros elevados pelo Federal Reserve (Fed), atraiu investidores, reduzindo o apetite por ativos de mercados emergentes, como o Brasil.
Incertezas no Brasil
No Brasil, a incerteza fiscal ficou no holofote. Inicialmente, o governo propôs a isenção do Imposto de Renda, que previa cortes de gastos para compensar a renúncia fiscal.
No entanto, o plano final não conseguiu equilibrar a arrecadação, aumentando o risco fiscal e a preocupação dos investidores. Esse ambiente de incerteza contribuiu para a saída de capital estrangeiro e, consequentemente, para a valorização do dólar.
Atuação do Banco Central sobre o câmbio
Quartaroli explicou que apesar da atuação do Banco Central ser intensa, com leilões de moeda estrangeira e os contratos de swap cambial, ela teve impacto limitado diante do forte fluxo de saída de capital.
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Segundo ela, o fim do ano é um período no qual grandes empresas realizam remessas de lucros e dividendos para suas matrizes no exterior, aumentando a demanda por dólares. Esse movimento, combinado com o aumento da aversão ao risco global, pressionou ainda mais o câmbio.
Ou seja, a valorização do dólar mostrou que as especulações e fundamentos econômicos estavam pesando mais que a oferta de liquidez promovida pelo BC.