O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, desvalorizou 2,96% no pregão da última sexta-feira (4), aos 127.256 pontos, marcando a maior queda diária desde 18 de dezembro. O movimento negativo foi reflexo da aversão ao risco atrelada às tarifas de Trump e ao impacto da retaliação da China contra os EUA.
As ações de maior peso no índice registraram forte queda, com Vale recuando 3,99% e Petrobras perdendo 4,19% (ON) e 4,03% (PN). No setor financeiro, a maior queda foi registrada pelo Santander, de 3,31%.
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Nesta segunda-feira (7), os mercados globais desabam frente à forte escalada da guerra comercial após as tarifas retaliatórias da China e aumento do temor de uma recessão econômica nos Estados Unidos.
Em meio a uma turbulência nos mercados asiáticos, o índice futuro de Tóquio acionou o mecanismo “circuit breaker” (paralisação por 10 minutos) após uma forte queda acima de 8%. Nos EUA, os índices futuros registram quedas significativas, assim como as Bolsas da Europa, que afundam mais de 4%.
O índice VIX chegou a tocar os 60 pontos, nível mais alto desde agosto do ano passado, devido à falta de indicações de que Trump suavizaria sua posição sobre tarifas. Há pouco, subia 5,12%, a 47,63 pontos.
No cenário internacional, a postura do presidente Donald Trump em meio ao colapso do mercado gerou manifestações contra o governo no final de semana. Em suas redes sociais, Trump divulgou: “Nós vamos ganhar, aguardem firmes, não será fácil, mas o resultado final será histórico.”
Analistas de grandes bancos começaram a revisar suas projeções econômicas, prevendo uma recessão nos EUA.
No Brasil, o mercado já sente os impactos do pânico global. Na semana passada, o Ibovespa recuou 3,52%, atingindo seu pior desempenho desde dezembro de 2022. Em abril, já acumula queda de 2,31%.
Apesar de ter sido sancionado com a menor tarifa, de 10%, especialistas alertam que o cenário global possa atrair incertezas ao mercado brasileiro. Setores como petróleo, café, papel e celulose, aço e aeronaves, que têm bons contratos com os EUA, devem ser os mais afetados.
Em meio à tensão global, o dólar abriu em alta de 0,84%, a R$ 5,88 e o dólar futuro avança 0,43%, a R$ 5,90. Os juros futuros abrem mistos, com alta na ponta mais longa. O Ibovespa futuro cai 1,58%, aos 125.515 pontos.
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Manchetes desta manhã
- Risco provável de perda da União no Judiciário sobe 26,7%, para R$ 312 bi (Valor)
- Participação da mulher na força de trabalho para de avançar (Globo)
- Economia do país piora para maioria pela 1ª vez em Lula 3, diz Datafolha (Folha)
- Conexões políticas permeiam negócio entre Master e BRB (Estadão)
- Bolsas globais têm mais uma sessão de fortes perdas com guerra comercial; dólar fica perto de R$ 5,90 (Valor)
- Trump diz que tarifas já estão funcionando, citando queda dos preços do petróleo (Valor)
Mercado global
As Bolsas da Europa afundam a mínimas de 16 meses com a escalada da guerra comercial e aumento da tensão entre China e EUA.
A UE avalia a aprovação de um primeiro conjunto de contramedidas direcionadas a até US$ 28 bilhões em importações dos EUA nos próximos dias.
O Banco Central Europeu (BCE) estima que uma tarifa geral dos EUA reduziria o crescimento da zona do euro em 0,3 pp no primeiro ano e que contratarifas da União Europeia aumentariam o dano para meio ponto percentual.
Com a piora das perspectivas, aumentaram as apostas em cortes nas taxas de juros pelo BCE e pelo Federal Reserve (Fed).
Os índices da Ásia desabaram refletindo o temor global com a guerra comercial provocada por Trump. O mercado asiático registrou fortes quedas em todas as praças, com destaque para Hong Kong, que caiu mais de 13%. No Japão o circuit breaker foi acionado logo no início do pregão.
Em Nova York, os índices futuros abriram em forte queda, com investidores buscando ativos de segurança diante do agravamento das consequências das tarifas dos EUA.
Confira os principais índices do mercado:
- Dow Jones Futuro: -2,03%
- S&P 500 Futuro: -1,98%
- Nasdaq Futuro: -2,15%
- Shanghai SE (China), -7,34%
- Nikkei (Japão): -7,83%
- Hang Seng Index (Hong Kong): -13,22%
- Kospi (Coreia do Sul): -5,57%
- ASX 200 (Austrália): -4,23%
- FTSE100 (Londres): -3,82%
- DAX (Frankfurt): -4,41%
- CAC 40 (Paris): -4,39%
- Ibex 35 (Madrid): -4,34%
- Stoxx 600 (Europa): -4,23%
Commodities
- Petróleo: cai com tarifaço, Opep+ e proximidade do verão europeu. O Brent/junho recua -2,21%, a US$ 64,13 e o WTI/maio cai 2,37%, a US$ 60,52 .
- Minério de ferro: fechou em queda de 3,29% em Dalian, na China, cotado a US$ 98,46/ton. Em Singapura, os contratos futuros caem 2,95%, cotados a US$ 97,65/ton e o mercado à vista está negativo em 0,94%, cotado a US$ 99,60/ton.
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Cenário internacional
Nos Estados Unidos, as tarifas recíprocas de 10% já estão em vigor para produtos de 180 países, enquanto as mais altas, de até 34%, para China e UE começam a valer a partir de quarta-feira.
Trump se reuniu com líderes tecnológicos e estrangeiros no fim de semana e até o momento mais de 50 países já procuraram a Casa Branca para negociar.
Enquanto isso, o mercado mensura o impacto das tarifas comerciais para o setor varejista, com previsão de aumento generalizado de preços para o consumidor norte-americano. Cerca de 97% das roupas e 99% dos calçados nos EUA são importados.
Entre os indicadores econômicos dos EUA, destaque para a divulgação da Ata do Fomc e CPI nesta quinta-feira; além do PPI e confiança do consumidor na sexta-feira.
Na Europa, há expectativa para os números do Europa: PIB, a produção industrial e inflação do Reino Unido e Alemanha.
Cenário nacional
A agenda da semana iniciou com o tradicional Boletim Focus, com previsão de baixa do dólar, apesar da alta recente. Destaque ainda para a divulgação do IPCA (em 12/04), IBC-Br, vendas no varejo e fluxo cambial.
No cenário político, a avaliação do governo Lula mostra que 67% dos brasileiros estão frustrados com o governo (36% muito, 31% pouco). As regiões mais críticas são: Sul (76%) e Sudeste (73%) lideram em insatisfação; Nordeste já tem 55% de frustração.
Segundo Pesquisa Datafolha, Lula venceria Tarcísio (48% x 39%); Haddad venceria Bolsonaro (45% x 41%) e Tarcísio (43% x 37%). Ato na Paulista neste domingo reuniu quatro governadores; USP estimou 45 mil pessoas.
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Destaques no mercado corporativo
- Vale: divulgará o relatório de produção e vendas do 1º trimestre em 15/04 e balanço em 24/04.
- Petrobras: recebeu licença estadual da Secretaria de Estado de Meio Ambiente do AP para reabilitação de fauna no Amapá; ainda depende de aprovação do Ibama.
- BTG Pactual: negou due diligence ou proposta para aquisição de ativos ou de participação no capital social do Master.
- BRB: a Fitch colocou em observação o rating B- de emissor de longo prazo em moedas estrangeiras e locais, além do rating nacional BBB+(bra), ambos referentes ao banco.
- Master: também teve ratings revisados pela Fitch – ratings B+ de emissor em default de longo prazo em moedas estrangeiras e locais e a nota A-(bra) para o racional de longo prazo.
Acompanhe as principais notícias do mercado financeiro nesta segunda-feira também no Podcast Café do Mercado, uma produção do Monitor do Mercado, e apresentado por Lucas Rocco, CEO da Wiser | BTG Pactual.
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