A nova tarifa comercial sobre produtos vindos da China, anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, já impacta os preços de commodities agrícolas negociadas no Brasil, como soja, milho e café.
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De acordo com Guto Gioielli, fundador do Portal das Commodities, com a notícia os preços internacionais reagiram imediatamente. O petróleo, por exemplo, caiu 2,47% após o anúncio oficial da Casa Branca. Veja a análise completa:
No mercado agrícola, os efeitos foram sentidos com maior intensidade:
- Milho: os contratos futuros para vencimento em maio bateram R$ 80 por saca, puxados por dois fatores: a instabilidade geopolítica e as inundações em áreas produtoras nos EUA, que impedem o plantio dentro da janela ideal.
- Soja: o contrato de julho da soja brasileira também subiu, refletindo a possibilidade de uma área de plantio menor nos EUA. A janela para plantio do milho pode ser perdida, forçando muitos produtores a migrarem para a soja, gerando incertezas na oferta futura.
- Café: o café sofre com a pressão vinda das tensões internacionais e a proximidade do início da colheita do conilon no Brasil. A queda recente parou na faixa dos 346 centavos de dólar por libra-peso, ponto técnico importante para os contratos futuros.
Clima desfavorável aumenta risco de quebra de safra
O chamado “mercado clima” segue pressionando os preços das commodities. Inundações nos Estados Unidos estão atrasando o plantio de milho e soja, enquanto geadas recentes na Argentina elevam o risco de perdas nas lavouras.
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Com o atraso no plantio do milho, cresce a possibilidade de os produtores norte-americanos migrarem parte da área para a soja, que tem uma janela de plantio mais ampla. Essa mudança pode afetar a oferta futura das duas culturas.
Analistas alertam que o milho é mais vulnerável ao frio: geadas no início do ciclo podem comprometer a formação da espiga. Já a soja tem maior tolerância e capacidade de recuperação, desde que volte a receber luz solar após o estresse climático.
