A arrecadação do governo federal proveniente de dividendos da Petrobras caiu para o menor nível em três anos no primeiro trimestre de 2025. Segundo levantamento da Elos Ayta, dos R$ 16,7 bilhões desembolsados pela estatal no período, apenas R$ 4,86 bilhões foram destinados à União.
Esse foi o menor valor registrado para um primeiro trimestre desde 2023 e o segundo menor considerando toda a série recente iniciada naquele ano.
Além desse caso atual, a única exceção em que o repasse da estatal à União foi baixo, ocorreu no terceiro trimestre de 2024, quando o governo recebeu R$ 3,65 bilhões.
Levantamento revela tendência de queda
O estudo da Elos Ayta analisou os repasses trimestrais realizados pela Petrobras entre o primeiro trimestre de 2023 e o início de 2025. Nesse período, a Petrobras distribuiu R$ 215,6 bilhões em dividendos e JCP (juros sobre capital próprio).
Do total, R$ 61,8 bilhões foram destinados ao governo federal, o que corresponde a quase 29% do montante total distribuído, percentual que reflete a participação acionária da União na empresa.
O maior repasse ocorreu no segundo trimestre de 2024, com R$ 37,6 bilhões pagos e R$ 10,77 bilhões recebidos pela União.
O segundo maior valor foi no quarto trimestre do ano passado, com R$ 32,95 bilhões pagos pela Petrobras e R$ 9,45 bilhões destinados ao Tesouro Nacional.

Repasses de estatais aumentaram em 2024
Em 2024, os repasses de estatais ao governo federal cresceram 46% em relação a 2023, alcançando cerca de R$ 72 bilhões. O aumento foi impulsionado por pagamentos extraordinários da Petrobras e do BNDES, que juntos responderam por 81% do total arrecadado.
A Petrobras transferiu R$ 29,7 bilhões, enquanto o BNDES, R$ 29,5 bilhões. Também contribuíram o Banco do Brasil (R$ 7,5 bilhões) e a Caixa Econômica Federal (R$ 2,79 bilhões), segundo estimativas da XP Investimentos, com base em dados do sistema Siga Brasil.
Participação da União sobe, mas valores caem
Apesar da queda no valor recebido, a participação acionária da União na Petrobras aumentou no período, passando de 28,67% para 29,02%.
No entanto, como o valor total distribuído pela companhia foi menor, o crescimento da fatia acionária não foi suficiente para compensar a perda de receita.
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Política de pagamento de dividendos da Petrobras
Dividendos e JCP são formas de distribuição dos lucros de uma empresa aos seus acionistas. A política de pagamento da Petrobras depende de fatores como lucro líquido, geração de caixa, endividamento, investimentos e decisões regulatórias.
Mesmo com lucro líquido de R$ 35 bilhões no primeiro trimestre de 2025, que representa um aumento de 48,6% em relação ao mesmo período de 2024, o total distribuído foi de R$ 11,72 bilhões. Ou seja, a distribuição proporcionalmente foi menor, o que impactou diretamente os valores recebidos pela União.
Além disso, os dados levantados pela Elos Ayta se referem aos valores efetivamente pagos, e não aos proventos anunciados, o que significa que parte dos lucros pode ter sido retida ou programada para distribuição futura.
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Próximos pagamentos de dividendos da Petrobras
A Petrobras pagará, na próxima terça-feira (20), a primeira parcela dos dividendos referentes ao quarto trimestre de 2024.
O valor por ação foi reajustado de R$ 0,36 para R$ 0,37, corrigido pela Selic entre 31 de dezembro de 2024 e a data do pagamento.
A segunda parcela, de R$ 0,3548 por ação, está programada para 20 de junho de 2025, cujo pagamento será realizado pelo Banco Bradesco, agente custodiante das ações da estatal.