As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) operam em queda nesta quinta-feira (30) acompanhando as commodities no exterior, que operam em queda.
Quem explica é Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura: A queda nas commodities tira pressão inflacionária, além das curvas de juros lá fora também estarem em queda, disse.
Por outro lado, Borsoi acredita que há o risco fiscal com a PEC dos Combustíveis, o que deve voltar a estressar o mercado nos próximos dias. O mercado de juros se antecipou bastante à PEC, o próximo passo é entender o que a Câmara vai adicionar na matéria para termos novamente um movimento altista, prosseguiu.
No último dia do mês, a Bolsa recua e opera abaixo dos 100 mil pontos com a queda das blue chips, destaque para a Vale com forte peso no índice, e com os investidores ainda assimilando o índice de preços PCE (sigla em inglês), divulgados mais cedo nos Estados Unidos, e apreensivos com o cenário de recessão global. Nos Estados Unidos, o núcleo de índice de preços PCE (sigla em inglês) subiu 4,7% em maio em base anualizada, praticamente em linha com a estimativa do mercado (+4,8%).
O índice de preços PCE para gastos pessoais aumentou 0,6% em maio na comparação mensal. Por aqui também segue a atenção para a votação da PEC dos Combustíveis, adiada para hoje à tarde, que inclui mais benefícios sociais e rompe com o teto de gastos.
O dólar segue em sólida alta. Os indícios de uma recessão nos Estados Unidos, somados ao descontrole fiscal que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do estado de emergência deve acarretar, impactam a moeda brasileira. De acordo com o estrategista chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno, “existe preocupação com uma recessão. O PCE (índice de preços para os gastos pessoais) aponta uma piora na confiança do consumidor, diminuindo a intenção de consumo das famílias”. Rostagno acredita que tais resultados apontam para a continuidade uma política mais agressiva do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), o que pode gerar uma desaceleração forçada da economia: “Isso afeta os países latino-americanos, já que os Estados Unidos são o principalou um dos principais – parceiro econômico deles”, explica.
Veja como estava o mercado por volta das 14h00 (de Brasília):
IBOVESPA: 99.135 pontos (-0,48%)
DÓLAR À VISTA: R$ 5,1980 (+0,15%)
DI JAN 2023: 13,755% (-0,25%)
DI JAN 2027: 12,635% (-1,01%)
Pedro do Val de Carvalho Gil / Agência CMA
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