O fluxo de capital estrangeiro está voltando ao Brasil, puxado por fatores externos e não por méritos locais. Com a economia dos Estados Unidos perdendo fôlego e a política monetária do Federal Reserve (Fed) dando sinais de pausa, investidores buscam oportunidades fora do dólar, favorecendo países emergentes.
A avaliação é de André Ribeiro, CEO da Wise Asset, no novo episódio do podcast Perspectivas da Semana, publicado no canal do Monitor do Mercado no YouTube.
Segundo Ribeiro, o movimento de alocação global em emergentes se intensificou nas últimas semanas com a perda de força do chamado “excepcionalismo americano” — termo usado para descrever o desempenho econômico muito acima da média global. Confira a análise na íntegra abaixo:
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Valorização da bolsa no Brasil
A entrada de capital estrangeiro tem impulsionado o Ibovespa, que voltou a renovar máximas históricas. A projeção do Morgan Stanley para o índice foi elevada para 189 mil pontos, reforçando o otimismo do mercado internacional.
Apesar do avanço, Ribeiro alerta que fundos locais seguem com baixa alocação em bolsa, o que pode amplificar o movimento de alta caso haja maior participação dos investidores domésticos.
Ele destaca ainda o fenômeno da escassez de papéis, provocado pelo fechamento de capital e programas de recompra de ações, como mais um fator de pressão altista.
Contexto global favorece emergentes
No cenário internacional, o “dollar smile” — ciclo em que o dólar enfraquece e favorece os mercados emergentes — parece estar em curso, segundo Ribeiro.
Tensões comerciais, como as tarifas dos EUA sobre a Europa e a China, somadas à atuação política de Donald Trump, estão reduzindo a atratividade dos ativos americanos, o que abre espaço para maior diversificação geográfica nos portfólios globais.
IOF e juros chamam atenção no Brasil
No campo doméstico, o destaque recente, que segue com desdobramentos, é a tentativa do governo de implementar um novo IOF sobre operações internacionais. A medida, vista como um sinal de controle de capitais, causou forte reação negativa nos mercados, levando o governo a recuar.
O CEO da Wise Asset, avalia que esse episódio causou uma quebra de confiança entre o mercado e a equipe econômica, especialmente pela falta de comunicação com o Banco Central.
Como consequência, analistas passaram a revisar suas expectativas para a taxa Selic, e a maioria já considera que não haverá novos aumentos de juros.
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Agenda da semana
Para esta semana, a atenção do mercado estará voltada para:
- No Brasil: dados do Caged, IPCA-15 e PIB do 1º trimestre;
- Nos EUA: PIB, PCE (inflação preferida pelo Fed) e balanço da Nvidia;
- Continuidade das negociações comerciais entre EUA, China e Europa.