A ata da última reunião do Federal Reserve (Fed), divulgada nesta quarta-feira (28), revelou que o banco central dos Estados Unidos avalia um cenário de inflação elevada em 2025, impulsionada pelo aumento de tarifas comerciais.
A projeção é de que o impacto dessas medidas diminua a partir de 2026, com retorno da inflação à meta de 2% somente em 2027.
O documento também destacou que o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) decidiu por unanimidade renovar os acordos de swap cambial com outros bancos centrais — como o Banco do Canadá, Banco da Inglaterra, Banco do Japão, Banco Central Europeu e Banco Nacional da Suíça.
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A ata também apontou que os dirigentes do Fed veem elevado grau de incerteza quanto à política comercial norte-americana. Os efeitos econômicos das tarifas, segundo o documento, ainda não são totalmente claros, e representam risco tanto para a inflação quanto para o emprego e o crescimento econômico.
Os membros do comitê indicaram que o Fed está “bem posicionado” para aguardar dados mais claros antes de realizar ajustes na política de juros.
Ata do Fed cita mercado de trabalho sólido
Segundo a ata, a taxa de desemprego nos EUA permanece estável em nível considerado baixo. O mercado de trabalho continua sólido, embora haja risco de enfraquecimento.
Os membros do comitê indicaram que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) real caiu de forma acentuada no primeiro trimestre de 2025. A estimativa inicial pode ter sido afetada por dificuldades de mensuração.
As importações de bens e serviços aumentaram no período, impulsionadas por antecipações de compras antes da entrada em vigor de novas tarifas. O comitê também identificou deterioração no sentimento de risco global.
Inflação, tarifas e câmbio
O Fed avaliou que as tarifas implementadas podem afetar a inflação de forma significativa no curto prazo. Parte das empresas indicou que pretende repassar os custos ao consumidor final.
Apesar do cenário de inflação ainda pressionada, os dirigentes do Fed consideram que os riscos estão equilibrados para 2025. No entanto, apontaram que as expectativas inflacionárias de curto prazo ainda podem contribuir para a persistência da alta nos preços.
A ata também mostra que a liquidez no mercado de câmbio se deteriorou recentemente, com o dólar se desvalorizando frente à maioria das moedas principais.
Mercado de crédito e títulos
A ata destacou que as condições nos mercados de financiamento de curto prazo seguem organizadas. As taxas de inadimplência nos cartões de crédito caíram levemente no quarto trimestre de 2024.
Houve também registro de saídas modestas de ativos de renda fixa, enquanto os custos de empréstimos subiram diante de incertezas relacionadas às tarifas.
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Expectativas para os juros
Com a divulgação da ata, o mercado ajustou ligeiramente as apostas para a política monetária do Fed em 2025. Segundo o FedWatch — ferramenta de monitoramento do CME Group:
- A maior probabilidade é de corte acumulado de 50 p.p. até dezembro, com 38,9% de chance (ante 38,5% antes da ata);
- A chance de corte de 25 p.p. caiu de 30,6% para 30%;
- A expectativa de corte mais agressivo, de 75 p.p, subiu de 19,4% para 19,9%.
Para o próximo encontro do FOMC, agendado para 18 de junho, a expectativa majoritária é de manutenção da taxa básica de juros, com 97,8% de probabilidade.
O mês de setembro passou a ser o mais provável para o início do ciclo de cortes em 2025, com chance de 58,9%. Para julho, a aposta de manutenção subiu para 77,6%.