O dólar fechou esta sexta-feira (6) em queda de 0,26% frente ao real, a R$ 5,57, na contramão do movimento global de valorização da moeda americana. O real foi uma das poucas moedas emergentes a se valorizar no dia, ao lado do peso mexicano.
Segundo operadores de mercado, a valorização do real pode estar ligada à expectativa em torno do pacote fiscal que pode ser anunciado no domingo (9).
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Há rumores de que o governo estuda medidas como corte linear de benefícios tributários, desvinculação de receitas da saúde e educação, uso de dividendos do BNDES e excedente do petróleo.
Essas medidas seriam discutidas em reunião entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e deputados aliados do presidente da Câmara, Arthur Lira. Caso líderes do Senado não consigam participar, outro encontro está previsto para segunda-feira (10).
Selic e petróleo também influenciam câmbio
Outro fator que pressionou a cotação do dólar para baixo foi o aumento da possibilidade de manutenção da taxa básica de juros (Selic) em patamar elevado. Com os juros altos, os ativos brasileiros tendem a ser mais atrativos, o que reduz a demanda por dólar no mercado interno.
A alta dos preços do petróleo e o maior apetite ao risco por parte dos investidores também contribuíram para o fortalecimento do real. No fim da tarde, o petróleo operava em alta, o que beneficia moedas de países exportadores de commodities, como o Brasil.
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Payroll forte adia cortes de juros nos EUA
No cenário internacional, o dólar ganhou força pela manhã após a divulgação do payroll, relatório de empregos dos Estados Unidos. O dado mostrou criação de 129 mil vagas em maio, acima da mediana das projeções (125 mil), o que reduziu as apostas em cortes de juros pelo Federal Reserve no curto prazo.
Apesar da alta do dólar no exterior, refletida no índice DXY (que mede o desempenho da moeda frente a uma cesta de seis moedas), que subiu 0,40% no dia, o real conseguiu se descolar desse movimento.
