O dólar fechou esta quinta-feira (12) em leve alta de 0,09%, a R$ 5,54. A moeda americana contrariou a tendência global de queda, influenciada por dados benignos de inflação nos Estados Unidos, por causa do aumento da percepção de risco fiscal no Brasil.
A valorização do dólar ocorreu em meio à reação negativa do Congresso à nova Medida Provisória (MP) e ao decreto que recalibra as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), publicados na noite anterior.
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O que muda com o novo IOF
O novo decreto altera a tributação de instrumentos como Letras Financeiras Imobiliárias (LFI) e do Agronegócio (LCA/LFI), além de aumentar a taxação de empresas do setor financeiro e de apostas online.
Essas mudanças fazem parte de um esforço do governo federal para elevar a arrecadação e enfrentar o desafio fiscal — ou seja, a dificuldade de equilibrar receitas e despesas públicas.
Congresso ameaça barrar decreto
O cenário político se agravou quando o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), anunciou que a Casa vai pautar com urgência um Projeto de Decreto Legislativo (PDL) para sustar os efeitos da nova norma do IOF.
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A ofensiva foi reforçada por líderes de partidos como o PL, que sinalizaram a possibilidade de derrubar também o decreto anterior, criticado por setores econômicos. Caso isso aconteça, o governo pode perder parte das medidas planejadas para aumentar a arrecadação.
A instabilidade se refletiu no mercado: o dólar, que chegou a operar em queda na manhã, mudou de direção ao longo do dia e atingiu a máxima de R$ 5,5585.
Lula reage a tensão política
Durante discurso em Minas Gerais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reconheceu o “clima ruim” no Congresso. Defendeu as medidas da Fazenda e criticou propostas que desvinculam benefícios sociais do salário mínimo.
O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), afirmou que o decreto do IOF é uma medida emergencial para compensar bloqueios orçamentários e que o PDL só será votado na segunda-feira (16).
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No exterior, inflação desacelera nos EUA
Apesar da tensão política no Brasil, o cenário internacional foi de alívio. O índice de preços ao produtor (PPI) dos Estados Unidos subiu apenas 0,1% em maio, abaixo da expectativa de 0,2%. A leitura reforça a expectativa de que o Federal Reserve (Fed) comece a cortar juros a partir de setembro.
