O dólar fechou esta sexta-feira (20) em alta de 0,44% frente ao real, a R$ 5,52. A valorização da moeda americana ocorreu em meio à cautela no mercado global e à valorização do dólar frente a moedas de países emergentes e exportadores de commodities.
Segundo operadores, não houve um fator isolado que justificasse a alta do dólar. O movimento foi atribuído a ajustes técnicos após a valorização recente do real e à postura mais defensiva dos investidores na véspera do fim de semana.
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O cenário internacional também pesou. Há crescente preocupação com a possibilidade de escalada no conflito entre Irã e Israel, após trocas de acusações no Conselho de Segurança da ONU.
A tensão aumentou após declarações do presidente Donald Trump, que afirmou que “não podemos deixar o Irã ter arma nuclear” e prometeu decisão sobre o envolvimento dos EUA nas próximas semanas.
Mesmo com a valorização do dólar frente a emergentes, a moeda americana recuou frente ao euro. O índice DXY, que mede o desempenho do dólar ante uma cesta de moedas fortes, caiu 0,20% nesta sexta-feira, a 98,700 pontos. Na semana, o índice acumulou alta de quase 0,70%.
Liquidez baixa contribuiu para volatilidade
Com o retorno dos mercados após o feriado de Corpus Christi no Brasil e do Juneteenth nos EUA, a liquidez foi reduzida. Esse fator deixou a formação da taxa de câmbio mais sensível a operações pontuais.
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O contrato de dólar futuro para julho, principal indicador da atividade cambial, registrou volume abaixo da média para uma sexta-feira.
Selic elevada mantém real competitivo
Apesar da alta pontual, o dólar fechou a semana com queda acumulada de 0,30% e recuo de 3,40% em junho. Analistas destacam que o real segue favorecido pelo diferencial de juros com os Estados Unidos.
Na quarta-feira (18), o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a Selic de 14,75% para 15% ao ano. A taxa mais alta atrai operações de carry trade, em que investidores tomam recursos em países com juros baixos e aplicam onde os rendimentos são maiores. Isso favorece moedas como o real.
Fed mantém juros, mas sinaliza cautela
Nos Estados Unidos, o Federal Reserve manteve a taxa básica entre 4,25% e 4,50% nesta semana. Embora o comunicado oficial tenha sido neutro, o presidente do Fed, Jerome Powell, adotou tom mais conservador ao alertar sobre o impacto inflacionário de tarifas comerciais propostas por Donald Trump.
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As falas de dirigentes do Fed mostraram divergências. Christopher Waller indicou que o banco central pode começar a discutir cortes de juros. Já Thomas Barkin, do Fed de Richmond, defendeu cautela diante do risco de nova pressão inflacionária.