O dólar fechou esta segunda-feira (23) em queda de 0,39% frente ao real, a R$ 5,50. A valorização do real refletiu o enfraquecimento global do dólar diante de uma redução da percepção de risco entre os investidores. Com isso, a moeda americana acumula baixa de 3,78% no mês de junho.
O alívio no mercado global veio após ataques do Irã a bases americanas no Catar e no Iraque, que geraram tensão inicial, mas foram interpretados como ofensiva limitada, sem sinal de escalada do conflito com os Estados Unidos.
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A reação moderada dos ativos foi reforçada pela avaliação de que a retaliação iraniana teve efeito mais simbólico do que militar. Além disso, esfriaram os temores de fechamento do estreito de Ormuz, rota por onde passa cerca de 20% da produção mundial de petróleo.
Petróleo despenca com menor risco no estreito de Ormuz
Com a menor ameaça à logística de exportação do petróleo, os contratos futuros da commodity caíram forte. O barril do Brent com vencimento em setembro recuou 6,67%, fechando o dia cotado a US$ 70,52.
Essa queda ajudou a reduzir as preocupações com pressões inflacionárias e colaborou para o movimento de enfraquecimento global do dólar. O índice DXY — que mede o desempenho da moeda americana frente a seis divisas fortes — caiu de uma máxima de 99,42 para 98,40 pontos no fim da sessão.
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Diferencial de juros favorece o real
A valorização do real também se sustenta no aumento do diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos. Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, para 15% ao ano, e indicou manutenção prolongada nesse nível.
Juros altos no Brasil tornam a renda fixa local mais atrativa para investidores estrangeiros, estimulando o chamado carry trade — estratégia que busca lucro com a diferença entre os juros de dois países.
Fed pode cortar juros nos EUA
No exterior, cresce a expectativa de que o Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, corte a taxa básica de juros em até 50 pontos-base ainda em 2025.
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Michelle Bowman, vice-presidente de Supervisão do Fed, indicou que poderá apoiar um corte já em julho, caso a inflação continue a ceder. Já Austan Goolsbee, presidente do Fed de Chicago, reforçou que o BC americano pode agir caso o impacto das tarifas anunciadas por Donald Trump seja temporário.