O dólar fechou esta sexta-feira (27) em queda de 0,29% frente ao real, a R$ 5,48. Após abrir em forte baixa, o dólar se fortaleceu no exterior junto com a alta dos rendimentos dos títulos públicos dos EUA (Treasuries).
No Brasil, investidores também reagiram a declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Em entrevista, ele descartou a revisão das metas fiscais, mas indicou que não haverá corte de gastos, destacando ainda que o ambiente político não favorece o ajuste no Orçamento. Haddad também sugeriu que o governo pode recorrer ao Judiciário contra a revogação do IOF pelo Congresso.
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Dados econômicos deram suporte à valorização do real. A taxa de desemprego recuou no trimestre encerrado em maio, segundo a Pnad Contínua, enquanto o IGP-M de junho apresentou deflação maior que o esperado, indicando controle da inflação.
Segundo a consultoria MCM 4intelligence, o real se beneficia do diferencial elevado entre os juros brasileiros e os internacionais — condição que favorece operações conhecidas como carry trade, em que investidores buscam lucros com a diferença entre as taxas. As informações são do Estadão Broadcast.
A moeda norte-americana acumulou baixa de 0,76% na semana e já registra desvalorização de 4,14% em junho. No acumulado do ano, o dólar recua 11,28% frente ao real, que tem o melhor desempenho entre as divisas latino-americanas.
Cautela com o cenário político e fiscal
Apesar do bom desempenho recente, a MCM alertou para riscos no segundo semestre. A consultoria revisou de R$ 5,80 para R$ 5,70 sua projeção para o dólar ao fim de 2025, mas manteve visão cautelosa sobre o comportamento da moeda brasileira.
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A percepção de risco fiscal, alimentada por disputas políticas e medidas tributárias rejeitadas pelo Congresso, pode prejudicar o real nos próximos meses.
Banco Central ainda distante de discutir corte de juros
O diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, afirmou que um eventual corte da Selic ainda está distante da pauta do Comitê de Política Monetária (Copom). Na semana anterior, a taxa básica de juros foi elevada para 15% ao ano.
Dólar perde força no exterior com dados fracos nos EUA
No exterior, o índice DXY — que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes — subia 0,20% no fim da tarde, mas acumulava queda de cerca de 1,40% na semana.
Nos Estados Unidos, o índice PCE (gastos com consumo), principal medida de inflação usada pelo Federal Reserve, veio em linha com as expectativas em maio. O núcleo do PCE, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, subiu levemente acima do esperado.
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