Por Lilian Marques*
Junho é o mês do Orgulho LGBTQIA+, um período de celebração, visibilidade e reflexão. E é também um momento oportuno para reconhecer o papel cada vez mais relevante que pessoas LGBTQIA+ têm desempenhado em setores antes considerados nichados ou elitizados, como o mercado de luxo.
No Brasil, essa presença é não apenas crescente, mas transformadora. Mais que estilo, o consumo expressa identidade, liberdade e inteligência financeira.
Ao contrário dos estigmas do passado, o consumo de artigos de luxo hoje representa mais do que status: é uma forma legítima de expressar conquistas pessoais, independência, autoestima e identidade.
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Marcas como Louis Vuitton, Gucci, Prada, Rolex e Hermès já perceberam esse movimento e vêm apostando em campanhas inclusivas, atendimento personalizado e até linhas específicas para atender esse público exigente e sofisticado.
Estudos de mercado indicam que casais ou indivíduos LGBTQIA+ tendem a ter maior renda disponível, especialmente entre os que não possuem filhos. Isso se traduz em maior poder de consumo e liberdade para escolhas mais refinadas, como moda, viagens, experiências gastronômicas e, claro, investimentos em peças de alto padrão.
Para se ter uma ideia, o estudo “Rainbow Homes”, elaborado pela Nielsen, com dados referentes a 2022, mostra que o grupo LGBTQIA+ movimenta, em média, R$ 10,9 bilhões por ano em compras no varejo e no comércio eletrônico.
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As “famílias arco-íris”, compostas por casais do mesmo sexo ou mesmo por uma única pessoa gay, lésbica ou transgênero, respondem por 5,5% do consumo no Brasil e gastam 14% a mais que o das demais famílias. Outro dado interessante, é que 29,2% destas famílias contam com indivíduos com alta renda (ante 27% dos demais lares).
O Pink Money, termo usado para caracterizar a comercialização de produtos para o público LGBTQIA+, tem um peso grande na economia. Pesquisas mostram que o consumo do público LGBTQIA+ é de até 4 vezes acima da média.
No Brasil, o ‘pink money’ ou ‘dinheiro rosa’ movimenta cerca de R$ 420 bilhões por ano, e contribui com aproximadamente 10% do PIB brasileiro, de acordo com a Aliança Nacional LGBTI+.
A renda mensal 40% maior do que a média dos heterossexuais e a comunidade LGBT gasta, no cartão de crédito, 78% a mais que os heterossexuais.
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Mas não se trata apenas de comprar por comprar. Há uma crescente percepção de que alguns artigos de luxo funcionam também como investimento. Bolsas Hermès, relógios suíços, joias assinadas e peças de coleções exclusivas têm apresentado valorização no mercado secundário. As pessoas com perfil mais atento à gestão do patrimônio enxergam nessas aquisições uma combinação rara: estilo, exclusividade e potencial de retorno financeiro.
Para muitos, o acesso ao luxo é também um símbolo de superação e liberdade. No caso do público LGBTQIA+, após anos, ou até décadas enfrentando rejeição, discriminação e exclusão, poder entrar em uma butique de luxo e ser tratado com respeito é um ato de afirmação. Vestir uma peça de grife ou calçar um sapato exclusivo não é apenas uma escolha estética, é uma declaração de pertencimento a um espaço que antes lhes era negado.
É por isso que o consumo consciente e sofisticado está frequentemente ligado à ideia de orgulho: orgulho de ser quem se é, de ocupar lugares que historicamente não eram acessíveis, e de fazê-lo com autenticidade, elegância e bom gosto.
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Na dimensão profissional, o cuidado com a imagem pessoal é outro ponto forte. Muitos investem em estética, moda sob medida e networking em ambientes de alto padrão, não por vaidade, mas porque entendem que imagem, estilo e posicionamento são ativos valiosos, inclusive nos negócios.
Marcas e empresas que ainda não enxergam o potencial do consumidor LGBTQIA+ correm o risco de ficarem para trás. Trata-se de um público informado, exigente, sensível à autenticidade das mensagens e fiel àquelas marcas que realmente se mostram comprometidas com a diversidade de forma genuína, e não apenas oportunista.
Nesse sentido, celebrar o mês do Orgulho também é reconhecer a importância econômica e cultural dessa comunidade. O luxo, quando acessado com consciência e propósito, torna-se mais do que um produto: vira ferramenta de expressão, inclusão e transformação social.
*Lilian Marques, CEO da Front Row, maior reseller de produtos de moda de alto padrão, especializado em bolsas Hermès, joias e relógios.