O mercado de commodities agrícolas segue pressionado por fatores climáticos e safras robustas. A soja, mesmo com leve recuperação ao longo do dia, fechou em queda nesta terça-feira (1º).
Segundo a análise de Guto Gioielli, fundador do Portal das Commodities, a continuidade da pressão também afeta o milho. Segundo ele, os movimentos de baixa são sustentados pela combinação entre clima favorável nos Estados Unidos e o avanço da colheita no Brasil. Confira:
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Soja sofre com ausência da China e clima nos EUA
Os preços da soja voltaram a cair nesta terça-feira (17), ainda que tenham se recuperado parcialmente no fechamento.
Gioielli observou que a oleaginosa sofre com a falta de compradores chineses no mercado americano e com a avaliação positiva das lavouras nos EUA — 66% estão em condição boa ou excelente, segundo dados oficiais.
Além disso, o Brasil caminha para uma supersafra, o que deve aumentar ainda mais a oferta global. Apesar disso, o analista não acredita que os preços recuem abaixo de US$ 10,20 por bushel no contrato de novembro.
Milho testa suportes com safra e exportações
O milho também vive pressão semelhante. Os contratos de dezembro chegaram a romper suportes intradiários, mas fecharam com recuperação. A produção no Brasil continua forte, com a colheita ganhando ritmo em julho – tradicionalmente um mês seco, o que favorece os trabalhos de campo.
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A expectativa agora se volta para a logística de escoamento: as exportações devem ganhar força na segunda quinzena de julho, o que pode dar sustentação aos preços. Ainda assim, o viés no curto prazo segue de baixa, especialmente nos contratos com vencimento mais próximo, como o CCMU (setembro).
Café oscila, mas oferece oportunidade de ganho
O contrato futuro do café tipo arábica, com vencimento em setembro, apresentou forte volatilidade durante o pregão. O ativo chegou a superar a meta de ganho, mas recuou em seguida, oferecendo oportunidades tanto para quem comprou quanto para quem operou vendido.
Gioielli chama esse padrão de movimento de “café com leite”, por ser um padrão que pode beneficiar traders mais atentos.
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Boi gordo pode enfraquecer até fim do mês
O mercado do boi gordo também segue pressionado. Gioielli acredita que os frigoríficos devem comprar mais apenas no fim do mês, quando a liquidez do varejo melhora. Por enquanto, a expectativa é de preços mais fracos, a menos que as exportações aumentem significativamente.
Ele observa que, mesmo com alguma recuperação pontual, o cenário continua desafiador para o pecuarista, e o mês de junho tende a ser de baixa para o boi gordo.