A Yooga, empresa de tecnologia voltada para o setor de foodservice, está ampliando sua atuação na área de bares e restaurantes e agora quer oferecer serviços financeiros para bares e restaurantes.
O CEO da companhia capixaba, Vinicius Melo, revelou que a companhia se prepara para atuar como uma fornecedora de crédito e quer se consolidar como um elo essencial entre restaurantes, consumidores e a indústria.
Neste mês, o Monitor do Mercado fez uma visita técnica na sede da Yooga, a convite do Sebrae-ES, durante o evento de inovação ESX. Abaixo, listamos os pontos que devem chamar a atenção do mercado.
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Estratégia da Yooga para virar um “banco” do setor
Atualmente, além de oferecer gestão e meios de pagamento, a Yooga já começa a operar como intermediadora financeira, movimentando valores em nome de seus clientes via integrações com bancos, como o Itaú. Segundo Melo, a ideia é, em breve, dar esse próximo passo oferecendo serviços financeiros.
“Eu vejo o dono do restaurante operando todos os dias. Sei o quanto ele fatura, sei o fluxo de caixa. Quem melhor do que eu para emprestar dinheiro para ele?”, disse Melo.
A Yooga quer aproveitar os dados que coleta diariamente das operações de seus clientes para oferecer crédito personalizado — não só aos donos de restaurantes, mas também aos profissionais da cadeia operacional, como motoboys, garçons e operadores de caixa.
Mercado de foodservice é grande e fragmentado
O mercado de foodservice no Brasil movimentou R$ 455 bilhões no ano passado, segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), alcançando a marca de 1,701 milhão de estabelecimentos abertos — número que saltou para 1,719 milhão até abril.
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Apesar do tamanho, Melo considera que o setor é altamente fragmentado e vulnerável, visto que na época da pandemia, muitos quebraram ainda na primeira semana de isolamento, por falta de planejamento financeiro ou gestão integrada.
A Yooga aposta na digitalização de processos para reduzir ineficiências e ampliar a margem dos estabelecimentos. Um dos principais diferenciais é a plataforma de pagamentos própria, que permite transações online, inclusive via Pix, integradas ao sistema de gestão.
Modelo de negócios baseado em dados
A Yooga coleta dados em tempo real e usa inteligência artificial para sugerir melhorias na operação, desde o cardápio até campanhas de marketing. Com isso, criou um sistema que se retroalimenta: quanto mais o cliente utiliza, mais a plataforma entende o negócio e entrega valor.
A empresa não cobra juros por atraso, nem reajusta contratos antigos. Em vez disso, foca na venda de novos recursos e serviços que gerem mais receita para o restaurante — e também para a própria Yooga. “Hoje, mais de 20% da nossa receita já não vem da mensalidade do sistema, mas sim de novas funcionalidades que oferecemos para os clientes”, disse o CEO.
Concorrência global acirra mercado digital de foodservice
O anúncio da Yooga ocorre em meio a um cenário de forte movimentação no setor digital. iFood e Uber anunciaram uma integração de serviços, prevista para este segundo semestre, para unificar seus aplicativos no Brasil. A chinesa Meituan também confirmou investimento de R$ 5,6 bilhões no país, ampliando a concorrência.
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“Embora o iFood tenha o porte de um Titanic, a agilidade da empresa mais se assemelha a um jet ski. Essa fusão de funcionalidades com a Uber mostra como o unicórnio brasileiro continua jogando de forma estratégica em um mercado que não permite hesitação”, afirma Marcelo Marani, especialista em gestão de restaurantes e fundador da Donos de Restaurantes.
Esses movimentos reforçam a importância da integração de dados e da oferta de serviços financeiros no mercado de foodservice, um segmento com forte potencial de crescimento e digitalização.
A estimativa do setor é que integrações como essas gerem bilhões de reais na economia, criando novas oportunidades de negócio, desde campanhas segmentadas até modelos de entrega sob demanda para varejistas.
Nesta semana, a Yooga anunciou uma parceria com a 99Food, que voltou a operar no Brasil e será uma das primeiras plataformas de gestão integradas ao aplicativo.
Segundo a companhia, os pedidos feitos no aplicativo de foodservice já cairão direto nos sistemas da empresa capixaba e posteriormente os cardápios e logística também serão integrados.