O dólar fechou esta segunda-feira (7) em alta de 0,98% frente ao real, a R$ 5,48 — maior valor em dez dias. O movimento refletiu ao aumento da aversão ao risco nos mercados internacionais, após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar novas tarifas de importação sobre diversos países.
As novas tarifas anunciadas devem entrar em vigor em 1º de agosto. Trata-se de uma retomada das chamadas “tarifas recíprocas”, criadas em abril e que haviam sido suspensas por 90 dias.
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Entre os países atingidos estão Japão e Coreia do Sul, com alíquota de 25%. Outros países, como África do Sul, Laos, Mianmar, Malásia e Casaquistão, enfrentarão tarifas entre 25% e 40%.
Trump também ameaçou impor uma tarifa extra de 10% a nações alinhadas com o Brics — bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
A iniciativa reacendeu temores sobre os efeitos dessas medidas na inflação dos EUA e na condução da política monetária pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano).
Reação dos mercados
No cenário internacional, o dólar subiu frente a diversas moedas. O índice DXY, que mede o desempenho da moeda americana contra uma cesta de seis moedas fortes, avançava cerca de 0,30%, para 97,500 pontos, no fim da tarde.
No mercado local, apesar do cenário adverso, o real apresentou desempenho relativamente melhor do que outras moedas emergentes, como os pesos chileno e colombiano, e o rand sul-africano.
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Tensão política e efeito no Brasil
Além das tarifas, Trump comentou sobre a política doméstica brasileira. Ele defendeu o ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmando que é alvo de uma “caça às bruxas” e pediu que ele fosse “julgado apenas pelos eleitores do Brasil”.
Apesar da repercussão das declarações, o impacto nos mercados foi limitado, com os investidores focados principalmente nas questões econômicas globais.