O dólar fechou esta quarta-feira (9) em alta de 1,04% frente ao real, a R$ 5,50 — maior patamar desde 25 de junho. O movimento refletiu a busca por proteção cambial por parte dos investidores, em meio ao aumento das incertezas no cenário internacional.
Hoje, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar tarifas de 50% sobre produtos importados do Brasil. A medida foi confirmada após o fechamento do mercado à vista, o que levou o dólar futuro com vencimento em agosto a atingir R$ 5,63.
A liquidez foi reduzida devido ao feriado estadual em São Paulo, mas a movimentação foi suficiente para levar o dólar a acumular alta de 1,43% na semana e de 1,26% nos primeiros sete pregões de julho. No ano, a moeda ainda registra queda de 10,97% frente ao real.
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Tarifa de 50% surpreende investidores
Até então, havia expectativa de que o Brasil seria menos afetado pelas tarifas aplicadas pelos EUA, com alíquotas mínimas em torno de 10%. A sinalização de uma tarifa de 50% surpreendeu o mercado.
“O dólar estava relativamente estável até a declaração do Trump. A sinalização de tarifas mais pesadas muda a perspectiva”, afirmou Marcos Weigt, head da tesouraria do Travelex Bank, em entrevista ao Estadão/Brodcast.
Cenário externo pressiona ativos emergentes
O índice DXY, que mede o comportamento do dólar frente a uma cesta de moedas fortes, operou estável, em torno de 97,5 pontos. A moeda americana se valorizou frente à maioria das divisas emergentes, com exceção do peso colombiano.
Trump também anunciou novas tarifas para países como Argélia, Filipinas, Líbia e Iraque, com início previsto para 1º de agosto. Recentemente, Japão e Coreia do Sul também foram notificados.
Expectativa por juros mais baixos nos EUA
Mesmo com o aumento das incertezas geopolíticas, o mercado manteve as apostas em cortes de juros nos Estados Unidos ainda neste ano.
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A ata da reunião de junho do Federal Reserve (Fed) mostrou que a maioria dos dirigentes considera apropriado afrouxar a política monetária nos próximos meses. Dois membros indicaram a possibilidade de reduzir os juros já em julho.
Ferramentas do CME Group indicam que a chance de um corte em setembro está em 70%. A Pantheon Economics projeta reduções de 25 pontos-base nas reuniões de setembro, outubro e dezembro, impulsionadas por um possível enfraquecimento do mercado de trabalho americano.