A Bolsa de Valores brasileira (B3) lançou nesta quarta-feira (9) o contrato futuro de ouro, com o ticker GLD, em resposta à crescente valorização do ouro no mercado internacional.
Segundo a instituição, o derivativo busca ampliar o acesso de investidores ao mercado do metal em um ambiente regulado, seguro e transparente, com liquidação exclusivamente financeira.
O início das negociações do contrato futuro de ouro está previsto para dia 21 de julho e terá como referência de preço o índice internacional LBMA Gold Price, utilizado como benchmark global para o ouro.
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Como funcionará o contrato futuro de ouro (GLD)
O GLD tem tamanho unitário de 1 onça troy (cerca de 32 gramas), menor que os já negociados, Mini Índice e Mini Dólar, o que o torna mais acessível ao investidor pessoa física.
Para esse ativo, a exposição do investidor será a variação do preço do ouro entre a data de compra e o vencimento, com operação similar a um Swap, mas com benefícios de mercado futuro, como ajuste diário, negociação em tela e transparência.
GLD também está disponível para gestoras de fundos
Além do investidor pessoa física, o produto atende também gestoras de fundos e investidores institucionais, ampliando a eficiência operacional em um mercado local.
O alinhamento aos padrões internacionais também pode gerar oportunidades de arbitragem para clientes estrangeiros e servir, no futuro, como ferramenta de hedge (proteção cambial) para empresas de mineração.
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Ouro ultrapassa o euro como ativo de reserva
Segundo dados da Dow Jones Newswires com base em relatório do Banco Central Europeu (BCE), o ouro superou o euro como o segundo maior ativo de reserva internacional em junho de 2024. A participação do metal subiu para 20%, enquanto a moeda europeia caiu para 16%.
A análise considera ativos a preços de mercado, incluindo divisas e reservas em ouro. O avanço é atribuído tanto à valorização da commodity quanto ao volume elevado de compras por parte de bancos centrais.
Em abril deste ano, o ouro superou US$ 3.500 por onça-troy, acumulando alta de quase 62% desde o início de 2024. A valorização, no entanto, está ligada a incertezas geopolíticas, volatilidade nos mercados e estratégias de proteção cambial.
As sanções internacionais contra alguns países também estimularam o uso do metal como alternativa ao dólar em transações financeiras.
ETFs de ouro e a demanda por investimento
A demanda global por ouro atingiu 1.206 toneladas métricas no primeiro trimestre de 2025, o que representa uma alta de 1% na comparação anual, e o melhor resultado para o período desde 2016, segundo o WGC em relatório divulgado pela B3.
O desempenho foi impulsionado pela volta dos aportes líquidos em ETFs de ouro, que somaram 226 toneladas no trimestre, revertendo as saídas vistas em 2024. No total, a demanda por investimento em ouro chegou a 552 toneladas.
Dados da Elos Ayta mostram que o ouro acumulou alta de 25,2% entre janeiro e abril deste ano, superando outros ativos financeiros como as Small Caps (+18,1%), o Ibovespa (+12,29%), o IDIV (ações com bons dividendos) (+10,3%) e o IFIX (fundos imobiliários) (+9,51%), também superando o índice S&P 500 em 2024, segundo o WGC.
Apesar da alta atual, o ouro tem histórico de volatilidade. Entre 2011 e 2015, o preço caiu aproximadamente 40%, só se recuperando em 2020.
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Semana do Ouro na B3
Para marcar o lançamento do contrato futuro de ouro, a B3 promove a “Semana do Ouro”, com eventos educacionais em parceria com corretoras, workshops e cursos voltados a capacitar o mercado sobre o novo derivativo.
Segundo Luiz Masagão, Vice-Presidente de Produtos e Clientes da B3, o lançamento do Futuro de Ouro é um passo importante na democratização de produtos sofisticados.
“Ao oferecer uma solução local inspirada no sucesso dos nossos minicontratos, permitimos que o investidor de varejo acesse o mercado de ouro de forma eficiente e segura, sem a necessidade de buscar estruturas no exterior ou em mercados não regulados”, enfatiza.