A semana foi marcada por forte tensão nos mercados, após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros importados pelos EUA.
A medida afeta diretamente o Brasil, um dos poucos países com os quais os americanos mantêm superávit comercial — que soma US$ 91 bilhões na última década.
Apesar de a tarifa ainda não estar em vigor — a entrada está prevista para 1º de agosto — o anúncio foi interpretado como gesto político, sem justificativa econômica clara.
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Trump alegou perseguição política a Jair Bolsonaro e interferência do Judiciário em empresas americanas como justificativas formais, mas analistas veem a medida como resposta às críticas de Lula à hegemonia dos EUA no sistema global.
Nesta sexta-feira (11), o Monitor do Mercado traz mais uma edição do quadro “Semana em 5 Minutos”, resumo semanal direto e sem enrolação assinado por Gil Carneiro.
“Quando for tirar a cobra do buraco, use sempre a mão dos outros” — Provérbio siliciano.
O clima de instabilidade afetou os ativos brasileiros. O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, caiu 3,9% na semana, embora ainda acumule alta de 12,8% no ano. O dólar subiu 1,5%, encerrando cotado a R$ 5,56.
Os contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2027 subiram 18 pontos-base, para 14,36% ao ano, mesmo com sinais de desaceleração da atividade econômica e da inflação.
Popularidade de Lula reage com ofensiva digital
Em meio ao embate político, a campanha de Lula adotou o uso de inteligência artificial para divulgar vídeos com narrativas que opõem ricos e pobres, estratégia que reacendeu a polarização nas redes sociais.
Segundo analistas, o ataque de Trump fortaleceu momentaneamente a imagem de Lula, que passou a ser visto como símbolo de resistência nacional. Isso reverteu, em parte, a perda de popularidade que vinha sendo observada nas últimas semanas.
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Indicadores reforçam cenário de desaceleração
A produção de veículos recuou 6,5% em junho, segundo mês consecutivo de queda. As vendas no varejo caíram 0,2% em maio. Já o IGP-DI teve deflação de -1,80% em junho, após recuo de -0,85% em maio.
O IPCA do mês subiu 0,24%, ligeiramente acima da expectativa de 0,20%, mas abaixo dos 0,26% de maio. Em 12 meses, o índice acumulado chegou a 5,35%, acima do teto da meta de inflação (4,5%). Com isso, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, terá de justificar o descumprimento da meta ao Ministério da Fazenda.
Cobre e aliados também são alvos
Além do Brasil, Japão e Coreia do Sul foram atingidos por tarifas de 25%. A União Europeia e o Canadá também podem ser alvo, com tarifas estimadas em 35%. Trump ainda anunciou uma tarifa de 50% sobre o cobre, metal fundamental para a indústria americana.
A medida amplia o risco de inflação nos EUA e pressiona a cadeia global de suprimentos, já que a produção doméstica de cobre nos EUA não supre a demanda interna.
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