O bitcoin chegou, nesta semana, aos US$ 123 mil, atingindo seu maior valor na história. Mas mais importante do que o número, o movimento mostra como a criptomoeda se transformou em um ativo institucional.
Tudo começou em 2023, quando a BlackRock, a maior gestora de fundos do mundo, traçou um plano de criar um ETFs (Exchange-Traded Funds) de bitcoin à vista nos Estados Unidos.
A novela se estendeu até que a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês) aprovou, em janeiro de 2024, os ETFs. A decisão fez o bitcoin subir 55% no primeiro trimestre daquele ano e voltar a máxima registrada em 2022 (US$ 64 mil).
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Entretanto, o halving, evento que reduz pela metade a oferta de novos bitcoins, travou o mercado. Até meados de outubro, a cripto operou praticamente de lado.
O otimismo veio por meio de um personagem: Donald Trump. O presidente dos EUA se elegeu com um discurso pró-cripto, prometendo transformar parte da reserva do país em bitcoin. Da eleição até a posse, a cripto avançou 55%, chegando a US$ 103 mil.
Sarah Uska, analista de criptoativos da Bitybank, explicou ao Monitor do Mercado que a euforia do mercado foi se dissipando à medida Trump diminuiu os discursos sobre criptomoedas, fazendo o bitcoin andar de lado (estável).
“Tanto as tarifas comerciais de Donald Trump e os conflitos no Oriente Médio fizeram o bitcoin levar um susto, mas voltou a subir logo após. Além disso, o mercado está mais maduro e não é mais afetado como era”, completa.
Uska atribui essa resistência à mudança de visão dos investidores institucionais, como empresas, sobre a criptomoeda. Isso, segundo ela, fez com que o bitcoin se segurasse mesmo em momento de aversão a risco.
Como resultado, na última quinta-feira (10), o ETF de bitcoin da gestora BlackRock tornou-se o mais rápido da história, em sua categoria, a superar a marca dos US$ 80 bilhões sob gestão.
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A expectativa dos investidores para a “Crypto Week” nos EUA, onde acontecerão debates legislativos e regulatórios sobre criptomoedas, causou empolgação no mercado, levando o bitcoin a um novo recorde nesta segunda-feira (14), aos US$ 123 mil.
Entre as propostas estão o Genius Act, que busca regulamentar stablecoins, e o Clarity Act, que visa classificar o Bitcoin como “ouro digital” e facilitar sua integração ao sistema financeiro tradicional.
O que o gráfico do bitcoin diz?
As análises gráficas do bitcoin também indicam uma continuação da alta. Em entrevista, Bo Williams, analista de investimentos e fundador da PhiCube, disse que o gráfico “está bonito de ver”.
Utilizando o método PhiCube, Williams projeta uma chance de 60% da criptomoeda atingir entre US$ 160 mil e U$ 180 mil nos próximos 90 dias. Também há possibilidade do bitcoin atingir os US$ 250 mil, caso a movimentação se intensifique.
Ele explica que correções próximas dos US$ 90 mil servem como oportunidades de compra do ativo — que devem voltar a subir logo após.
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“Rebelião de conservadores”
Os planos dos líderes republicanos na Câmara dos Deputados dos Estados Unidos para avançar com três projetos regulatórios voltados ao setor de criptomoedas sofreram um entrave durante a tarde desta terça-feira (15), segundo reportagem da Bloomberg.
A tentativa de iniciar a análise das propostas foi rejeitada por 222 votos contra 196. A decisão veio após membros do próprio Partido Republicano se oporem à estratégia adotada pela liderança.
Segundo os deputados Marjorie Taylor Greene (Geórgia) e Tim Burchett (Tennessee), parte dos republicanos rejeitou a votação por discordar do formato escolhido para avançar com os projetos.
O principal ponto de tensão foi um projeto de lei sobre stablecoins — criptomoedas atreladas ao valor de moedas fiduciárias, como o dólar — que tem apoio da indústria de ativos digitais.
Os parlamentares rebeldes queriam mudanças no texto, mas a liderança da Câmara tentou aprovar um procedimento que impediria a apresentação de emendas.









