O mercado de commodities agrícolas segue pressionado. Nesta quinta-feira (17), o café foi destaque, subindo 3,4% com a possibilidade dos Estados Unidos impor tarifas de até 40% sobre as importações do grão. A medida, caso confirmada, pode afetar diretamente os embarques do Brasil, principal fornecedor global.
A análise é de Guto Gioielli, analista e fundador do Portal das Commodities, que compartilha diariamente no YouTube suas visões de mercado. Confira:
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Tarifa pode reduzir exportações brasileiras
O consumo de café nos EUA é elevado e uma tarifa dessa magnitude tornaria o produto brasileiro menos competitivo. Atualmente, não há outros grandes produtores capazes de substituir, no curto prazo, o volume exportado pelo Brasil. Segundo analistas, isso pode provocar uma reconfiguração nos fluxos globais de café.
Ainda de acordo com fontes do mercado, outras origens do grão, como países africanos e asiáticos, já enfrentam tarifas de 20%, o que limita alternativas para os importadores norte-americanos. Por isso, a possível taxação sobre o produto brasileiro pode ter um efeito inflacionário sobre os preços internos nos EUA.
O setor brasileiro está em alerta e aposta em uma solução diplomática. A produção de café representa cerca de 1,85% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. Nos EUA, esse número é de 1,2%, considerando toda a cadeia industrial envolvida.
Milho sobe com alta na produção de etanol
Em Chicago, os contratos futuros do milho subiram 1,01%, com o vencimento de setembro encerrando a US$ 4,24 por bushel. O impulso veio da alta na demanda por etanol nos EUA e do anúncio de um acordo comercial entre EUA e Indonésia, que elevou as expectativas por novas negociações internacionais.
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A produção média diária de etanol na semana encerrada em julho foi de 1,087 milhão de barris, alta de 0,2% na comparação semanal, segundo a Agência de Informação de Energia dos EUA.
Apesar da alta, as condições climáticas favoráveis continuam a limitar os ganhos: 74% da safra de milho norte-americana está em situação considerada boa ou excelente.
Soja reage com vendas dos EUA
A soja também encerrou o pregão em alta em Chicago, após três sessões consecutivas de queda. O contrato de novembro avançou 18,75 centavos, com destaque para a venda de 120 mil toneladas do grão dos EUA para destino não revelado. No mercado de commodities, especula-se que a China possa estar voltando às compras, após um período afastada.
O movimento coincidiu com a liberação, por parte dos EUA, de exportações da Nvidia para a China, em uma troca envolvendo o fornecimento de terras raras — insumos essenciais para a indústria de semicondutores.
Boi gordo cai e mercado acompanha movimentações
O mercado do boi gordo registrou forte queda, com contratos futuros operando em baixa nas principais posições. Analistas indicam que o movimento pode ter sido influenciado por vendas técnicas e pressão de oferta.
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