Em meio ao debate sobre uma possível nova taxação sobre bancos, um levantamento feito pelo Monitor do Mercado aponta que, apesar das críticas recorrentes, ações de instituições financeiras superaram o desempenho da Bolsa brasileira na maioria dos cenários analisados nas últimas duas décadas.
Mas, afinal: isso muda alguma coisa para quem investe? No novo episódio do Ligando os Pontos, Marcos de Vasconcellos, CEO do Monitor, mostra por que os bancos sempre vencem governos e como isso pode auxiliar o investidor a lucrar no longo prazo. Confira:
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Comparativo IFNC x Ibovespa
O estudo comparou o desempenho do IFNC — índice que reúne ações de bancos e empresas do setor financeiro na B3 — com o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, considerando janelas de um, três e cinco anos desde 2006.
- Na janela de cinco anos, o IFNC superou o Ibovespa em 75% das vezes, com uma vantagem média de 35 pontos percentuais.
- Na de três anos, venceu em 83% das vezes, com vantagem de mais de 20 pontos.
- Na de um ano, ganhou em 65% das vezes, com média superior a 11 pontos.
Modelo resiliente
Segundo Vasconcellos, o setor financeiro apresenta um modelo de negócios que se adapta a diferentes cenários econômicos. Em momentos de crise, os bancos lucram com juros altos e crédito caro, aproveitando o chamado spread bancário — diferença entre o que pagam para captar recursos e o que cobram ao emprestar.
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Já em momentos de bonança, o lucro vem do aumento no volume de consumo, cartões e financiamentos.
Essa capacidade de adaptação explica, em parte, a constância nos retornos aos acionistas, inclusive com pagamento recorrente de dividendos, o que atrai investidores que buscam previsibilidade.
Impacto de uma possível taxação
A proposta de aumentar a carga tributária sobre bancos — apelidada de taxação dos “BBBs” (bancos, bets e bilionários) — volta a ganhar força no discurso político. No entanto, especialistas alertam para os efeitos colaterais de medidas que encarecem o crédito:
- Empréstimos e financiamentos tendem a ficar mais caros.
- Cartões de crédito e limites bancários ficam menos acessíveis.
- Empresas e consumidores enfrentam mais dificuldades para obter crédito, o que pode frear o crescimento econômico.
Ou seja, embora seja politicamente conveniente responsabilizar os bancos por parte dos ajustes fiscais, o efeito prático pode atingir toda a economia — inclusive o próprio governo, ao dificultar a expansão da atividade via crédito.
O que fazer como investidor?
O recado para o investidor é claro: não tomar decisões com base em manchetes ou discursos eleitorais. O histórico de desempenho das ações do setor financeiro mostra resiliência e rentabilidade, mesmo em períodos de tensão com o governo.
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De acordo com Marcos, comparar os índices pode ajudar o investidor a identificar setores com histórico consistente de retorno, especialmente em um país com alta dependência do crédito e baixa inclusão financeira.