O dólar fechou esta sexta-feira (18) em alta de 0,73% frente ao real, R$ 5,59 — maior valor desde 4 de junho. A alta foi impulsionada por incertezas políticas e temores de que os Estados Unidos, sob uma eventual gestão de Donald Trump, possam impor sanções ao Brasil.
Durante a manhã, o real chegou a se valorizar diante da queda global do dólar e da alta do petróleo. No entanto, esse movimento foi revertido à tarde com a piora do cenário político interno e os receios sobre uma possível retaliação dos EUA.
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A reação do mercado foi motivada por medidas cautelares impostas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, incluindo tornozeleira eletrônica, proibição de uso de redes sociais e recolhimento domiciliar noturno.
A Polícia Federal afirma que Bolsonaro e seu filho, Eduardo Bolsonaro, articulam para que os EUA adotem sanções contra autoridades brasileiras. O ex-presidente nega envolvimento.
Trump sinaliza possível retaliação
O presidente dos EUA, Donald Trump, publicou uma carta em apoio a Bolsonaro, criticando o sistema judicial brasileiro. Também voltou a defender a aplicação de tarifas de 10% sobre todos os países do Brics — grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul —, embora sem citar o Brasil diretamente.
Caso Trump opte por sanções mais amplas contra o Brasil, o real pode sofrer desvalorização mais intensa no curto prazo, avalia Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, em entrevista ao Estadão/Broadcast.
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Segundo ele, medidas restritas a autoridades, como o ministro Alexandre de Moraes, teriam impacto limitado nos ativos brasileiros.