O dólar fechou esta segunda-feira (21) em queda de 0,40% frente ao real, a R$ 5,56. O desempenho acompanhou a desvalorização global da moeda americana e a alta do minério de ferro.
A queda do dólar ocorreu tanto frente a moedas fortes — com o índice DXY caindo 0,6% — quanto frente a divisas emergentes, com exceção do peso colombiano. O câmbio foi influenciado por incertezas em torno da política tarifária dos EUA e pela pressão da Casa Branca sobre o Federal Reserve (Fed).
Além disso, a alta do minério de ferro nos mercados internacionais de mais de 2% beneficiou moedas de países exportadores de commodities, como o Brasil.
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No Brasil, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo não retaliará os Estados Unidos por causa das tarifas de 50% impostas a produtos brasileiros nem pelas ações políticas contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Mesmo com o recuo, a moeda dos Estados Unidos ainda acumula alta de 2,41% em julho frente ao real. No ano, a valorização do real já chegou a superar 12%, mas agora está limitada a 9,95%.
Boletim Focus reduz projeções de inflação
Outro fator que contribuiu para o movimento foi a divulgação do Boletim Focus, que trouxe uma leve queda nas expectativas de inflação. A projeção para o IPCA de 2025 caiu de 5,17% para 5,10%. Para 2026, recuou de 4,50% para 4,45%, ficando abaixo do teto da meta pela primeira vez desde março.
Essas revisões ajudam a reduzir a percepção de risco fiscal e inflacionário, favorecendo a entrada de capital estrangeiro e contribuindo para o fortalecimento do real.
Diferença de juros ainda é relevante
Apesar do alívio no câmbio, o diretor de investimentos da Azimut Brasil Wealth Management, Leonardo Monoli, alertou, em entrevista ao Estadão/Broadcast, que o desempenho do real ainda depende do diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos.
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Caso o Banco Central brasileiro mantenha os juros inalterados e o Fed realize cortes, como esperado pelo mercado, o diferencial aumentaria. Esse cenário favorece o chamado carry trade — operação que busca lucrar com o diferencial de juros entre países —, o que poderia valorizar ainda mais o real, desde que o dólar siga enfraquecido globalmente.