O Benefício de Prestação Continuada (BPC) está passando por discussões relevantes na Câmara dos Deputados em 2025, especialmente quanto aos critérios que definem quem tem direito a acessar esse auxílio. Em análise por diferentes comissões, o tema desperta grande interesse, pois impacta diretamente a vida de pessoas com deficiência e idosos com baixa renda em todo o país.
O BPC é reconhecido por sua importância no contexto da assistência social brasileira, ao garantir um salário mínimo mensal para quem tem mais de 65 anos ou pessoas com deficiência, desde que comprovem não possuir meios para manter o próprio sustento ou de tê-lo provido pela família. As novas propostas em debate buscam atualizar as regras, ampliando o alcance do benefício e adaptando os requisitos à realidade atual.
Quais são as principais mudanças propostas para o BPC em 2025?

A principal alteração em discussão diz respeito ao critério de renda familiar mensal per capita, utilizado para definir quem pode requerer o benefício. O texto aprovado pela Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência propõe elevar esse limite para 3/4 do salário mínimo, chegando a R$ 1.131,75 em valores de 2025. Até este momento, era necessário que a renda familiar por pessoa fosse igual ou inferior a 1/4 do salário mínimo, equivalente a R$ 377,25, conforme estabelecido pela Lei Orgânica da Assistência Social (Loas).
Essa atualização pretende corrigir uma defasagem percebida por especialistas e parlamentares. O valor anterior restringia o acesso ao benefício, excluindo inúmeras famílias em situação de vulnerabilidade que, mesmo recebendo rendimentos um pouco superiores ao limite antigo, ainda enfrentam dificuldades significativas no dia a dia.
Como a participação no mercado de trabalho afeta o acesso ao benefício?
Outra mudança relevante introduzida pelo texto diz respeito à contratação remunerada de pessoas com deficiência. O projeto prevê que, caso esses beneficiários sejam contratados como aprendizes ou estagiários, o recebimento do BPC não será suspenso, desde que essa condição seja mantida por no máximo dois anos. Essa medida incentiva a inclusão no mercado de trabalho e a autonomia financeira, sem prejudicar o acesso à assistência social.
- Estágio: Passa a ser contemplado, e não apenas a contratação como aprendiz.
- Período limitado: O benefício só é mantido durante o trabalho de aprendiz ou estágio por até dois anos.
A renda familiar do BPC poderá ter escala variável?
O substitutivo apresenta ainda a possibilidade de criação de uma escala gradual para considerar a renda familiar per capita, podendo chegar ao limite de um salário mínimo. Com essa mudança, a análise passa a ser mais flexível, adaptando-se melhor às diversas situações de vulnerabilidade enfrentadas por idosos e pessoas com deficiência.
- Maior inclusão de famílias com renda pouco acima do limite anterior.
- Redução do risco de exclusão social devido a variações pontuais de renda.
- Adequação das regras à realidade econômica atual.
As adaptações propostas refletem o entendimento de que a situação financeira das famílias pode variar de forma significativa ao longo do tempo, e que a rigidez nos critérios pode ser um impedimento para o acesso à assistência social.
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Quais os próximos passos para que a proposta se torne lei?
Para que as novas regras do BPC passem a valer, será necessário um trâmite com análise conclusiva em várias comissões da Câmara dos Deputados, incluindo a de Seguridade Social e Família, de Finanças e Tributação, além da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. Em seguida, a proposta ainda deverá ser apreciada pelo Senado Federal antes de qualquer sanção presidencial e eventual implementação prática.
A discussão sobre o Benefício de Prestação Continuada em 2025 representa uma tentativa de aprimorar as políticas públicas de assistência social no Brasil, buscando garantir que um número maior de cidadãos vulneráveis tenha efetivo acesso ao auxílio. Mudanças como o ajuste no critério de renda e a flexibilização para beneficiários que busquem oportunidades no mercado de trabalho apontam para uma modernização da legislação, alinhando-se aos desafios sociais presentes.