Um dos principais polos turísticos do Brasil durante a temporada de inverno, Campos do Jordão (SP) tem buscado diversificar as atrações nos últimos anos para atrair público e fortalecer a economia e o varejo local fora da temporada de inverno.
Projeções da Secretaria de Turismo e Viagens do Estado de São Paulo (Setur-SP), com base nos dados do Centro de Inteligência da Economia do Turismo (CIET), indicavam que o turismo no estado cresceria 11% somente no período de férias escolares neste mês de julho, movimentando R$ 7,8 bilhões em recursos.
Os números apontavam Campos do Jordão como um dos destinos mais procurados pelos turistas. Em 2024, o PIB do Turismo de São Paulo alcançou 9,6% da economia paulista e está previsto uma alta para 9,7% neste ano.
Para a cidade conhecida pelos chalés e fondues, o esforço tem sido movimentar a economia fora de temporada. Um dos principais motores para a mudança é o Boulevard Genève, tradicional centro de turismo e experiências da cidade, que adotou uma nova estratégia baseada em curadoria de marcas locais e experiências culturais contínuas.
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O reposicionamento tem mostrado resultados: crescimento de 10% no resultado operacional em 2024 e 100% de ocupação dos espaços durante a alta do inverno. Mas o foco da nova fase é resolver uma das principais dores dos comerciantes locais: manter o fluxo de visitantes ao longo do ano.
Nova fase do turismo em Campos do Jordão
Em entrevista ao Monitor do Mercado, a superintendente executiva do Boulevard, Caroline Alves, afirma que a estratégia está voltada para transformar o centro comercial em ponto turístico ativo o ano todo.
“Percebemos aumento relevante de público em datas como Natal, Ano Novo e feriados prolongados. A proposta agora é atrair visitantes também em setembro, outubro, primavera”, afirma.
Para isso, o Boulevard aposta em parcerias com a Secretaria de Turismo e outros empresários locais. Eventos como visitas guiadas em arquitetura, festivais de design e ações culturais têm ajudado a manter o movimento na cidade fora do inverno.
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Varejo como motor da economia criativa
Com mais de 40 anos de história, o Boulevard Genève concentra marcas que nasceram ou cresceram em Campos do Jordão, como a cervejaria Baden Baden. O modelo atual fortalece essa vocação ao selecionar lojistas com base no potencial de oferecer experiências ao visitante.
“A lógica não é apenas alugar um ponto, mas sim avaliarmos se a marca está conectada ao valor cultural e à experiência turística que oferecemos. A taxa de vacância no Boulevard é muito pequena, pois quando surge uma vaga as lojas já buscam informações para fazer parte do negócio e serem vistas”, diz Caroline.
O impacto se estende para além do centro comercial. Segundo ela, ao atrair visitantes ao Boulevard, o entorno da região do Capivari também é beneficiado, o que ajuda a distribuir o fluxo turístico de forma mais equilibrada ao longo do ano.
Os investimentos no próprio empreendimento não devem parar nos próximos anos. Caroline revelou em primeira mão para o Monitor do Mercado a previsão de uma revitalização na torre principal, apelidada de Torre Eiffel, com projeto de iluminação exclusiva.
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Experiência como diferencial no varejo físico
Com o avanço do e-commerce, o varejo físico passou a exigir mais do que apenas exposição de produtos. No modelo adotado em Campos, o tempo do visitante — algo escasso nas grandes cidades — é valorizado com experiências que reforçam a identidade da marca.
“O varejo físico não está ultrapassado. O que está ultrapassado é o varejo que não se reinventa. Quando há propósito, arquitetura, história e atendimento, o visitante quer viver aquilo”, explica Caroline.
Esse modelo — que mistura o físico com presença digital e atendimento personalizado — tem se mostrado replicável para outras cidades turísticas. “Se houver entendimento sobre o valor cultural local e um esforço coletivo, é possível criar um centro de varejo que mobilize toda a economia do entorno”, conclui.