As ações da WEG (WEGE3) lideram as maiores baixas do Ibovespa às 12h35 desta quarta-feira (23), em queda de 6,07%, negociadas a R$ 38,81 após a empresa divulgar os resultados do segundo trimestre, com lucro líquido de R$ 1,59 bilhão.
Apesar do avanço de 10,4% em relação ao mesmo período de 2024 e de 3% frente ao primeiro trimestre deste ano, o resultado ficou abaixo das estimativas do mercado, que projetava lucro de R$ 1,76 bilhão.
A margem líquida da companhia ficou em 15,6%, registrando uma leve alta de 0,1 ponto percentual em relação ao segundo trimestre de 2024 e 0,3 ponto percentual acima do primeiro trimestre de 2025.
Segundo a empresa, “o resultado se deve à manutenção do sólido desempenho dos negócios de ciclo longo voltados à infraestrutura elétrica de transmissão e distribuição (T&D), que compensaram a ausência de projetos em geração eólica neste ano”.
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Lucros aumentam, mas WEG frustra expectativas
O EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 2,25 bilhões, alta de 6,5% na comparação anual e de 4% em relação ao trimestre anterior.
A margem EBITDA foi de 22,1%, acima dos 21,6% registrados no primeiro trimestre deste ano, mas inferior aos 23% de um ano antes.
Esse resultado também ficou abaixo das projeções do mercado e do BTG Pactual, que projetava um EBITDA de R$ 2,39 bilhões e margem de 21,8%.
WEG tem receita impulsionada pelo dólar
A receita operacional líquida (ROL) somou R$ 10,2 bilhões no trimestre, alta de 10,1% em 12 meses e de 1,3% em relação ao trimestre anterior.
O desempenho foi impulsionado pelo mercado externo, cuja receita subiu 6,9% no trimestre, beneficiada pela valorização do dólar frente ao real — a moeda americana subiu 8,8%, passando de R$ 5,21 no segundo trimestre de 2024 para R$ 5,67 neste ano. Já o mercado interno, registrou queda de 5,9% na receita.
A receita nos negócios adquiridos da Marathon, Rotor e Cemp foi de R$ 674,7 milhões no trimestre, sendo 61,3% no segmento de Equipamentos Eletroeletrônicos Industriais (EEI) e 38,7% em Geração, Transmissão e Distribuição de Energia (GTD), ambos com forte presença internacional.
Já o Retorno sobre o Capital Investido (ROIC) caiu para 32,9%, com recuo de 4,5 pontos percentuais na comparação anual e de 0,3 ponto percentual frente ao primeiro trimestre.
A companhia destacou que a estabilização dos custos de matérias-primas, o mix de produtos vendidos e a busca por eficiência operacional foram determinantes para a manutenção da margem bruta em 33,7%, alta de 0,8 ponto percentual em relação ao trimestre anterior.
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Fluxo de caixa e investimentos
As atividades operacionais da WEG geraram R$ 1,97 bilhão em caixa até junho de 2025, sustentadas pelo crescimento da receita e pela manutenção das margens operacionais, apesar do aumento da necessidade de capital de giro.
Os investimentos somaram R$ 583,4 milhões no trimestre, com foco na modernização e expansão da capacidade produtiva, aquisição de máquinas, equipamentos e licenças de software. Do total, 63,4% foram destinados a unidades produtivas no Brasil e 36,6% ao exterior.
Além disso, as atividades de investimento consumiram R$ 1,3 bilhão no semestre. No mesmo período, a empresa captou R$ 1,2 bilhão via financiamento, amortizou R$ 933,2 milhões em dívidas e distribuiu R$ 1,8 bilhão em dividendos e Juros sobre Capital Próprio (JCP).
No que tange às despesas, estas subiram com a consolidação das aquisições recentes e ao maior custo com fretes: as Despesas de Vendas, Gerais e Administrativas (VG&A) totalizaram R$ 1,2 bilhão, registrando um crescimento de 20,2% em 12 meses e de 0,7% sobre o trimestre anterior.
Desempenho por segmento
No setor de Equipamentos Eletroeletrônicos Industriais (EEI), a receita interna foi de R$ 1,43 bilhão (+4,9% na comparação com o primeiro trimestre) e a receita externa foi de R$ 3,47 bilhões (+12,8%).
O desempenho foi puxado por motores elétricos de baixa tensão, mas impactado negativamente por retração na demanda por motores de alta tensão e painéis de automação. Os números ficaram abaixo das estimativas do BTG, de R$ 1,5 bilhão e R$ 3,8 bilhões, respectivamente.
Confira o desempenho dos demais setores de atuação da WEG:
Geração, Transmissão e Distribuição de Energia (GTD):
- Receita interna: R$ 2,07 bilhões (-13,1%)
- Receita externa: R$ 2,04 bilhões (+1,6%)
A ausência de novos projetos de geração eólica pesou sobre o segmento, mas a performance em geração solar e transformadores compensou parcialmente. As receitas vieram abaixo das projeções do BTG (R$ 2,3 bilhões e R$ 2,2 bilhões).
Motores Comerciais e Appliance (MCA):
- Receita interna: R$ 333 milhões (-6,5%)
- Receita externa: R$ 476 milhões (+4,7%)
A demanda no Brasil ficou estável, enquanto o crescimento no mercado externo foi puxado por China e América do Norte. Os valores ficaram abaixo das estimativas do BTG (R$ 788 milhões e R$ 419 milhões).
Tintas e Vernizes (T&V):
- Receita interna: R$ 331 milhões (-2,3%)
- Receita externa: R$ 67 milhões (+15,8%)
O segmento teve bom desempenho nos setores de saneamento e implementos agrícolas no Brasil e, no exterior, destaque para América Latina e México. As receitas ficaram levemente abaixo das projeções do BTG (R$ 314 milhões e R$ 69 milhões).
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WEG anuncia distribuição de dividendos
A WEG anunciou na terça-feira (22) a distribuição de dividendos intermediários no valor de R$ 719,35 milhões, equivalentes a R$ 0,1714503823 por ação.
O pagamento dos proventos aos acionistas está previsto para o dia 25 de julho, com posição acionária em 22 de julho.