O mercado de commodities agrícolas encerrou a semana pressionado por fatores como instabilidade climática, baixa demanda chinesa e expectativa de novas tarifas nesta sexta-feira (25). O destaque ficou com o café arábica que perdeu a marca simbólica dos US$ 300.
Em um pregão movimentado, milho e soja foram impactados pela ausência de compradores e pela perspectiva de boa produtividade nas lavouras.
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A análise é de Guto Gioielli, fundador do Portal das Commodities, que avaliou o desempenho dos principais contratos futuros durante a semana, incluindo dados de volume e movimentações técnicas nos preços. Confira na íntegra:
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Café fecha abaixo dos US$ 300
O contrato de café arábica chegou a tocar a mínima de US$ 297,25 por libra-peso, mas encerrou o dia em US$ 297,85 com queda de 2%, abaixo da marca simbólica de US$ 300.
Gioielli destaca que o movimento foi de “volta morro abaixo”, mas sem perda de suporte técnico relevante. A volatilidade deve se intensificar na próxima semana,
No caso do café robusta, os preços chegaram a subir até US$ 3.388 por tonelada, mas recuaram para US$ 3.223 no fechamento. Segundo Gioielli, as vendas no mercado físico foram consideradas fracas, o que reforça o peso das incertezas tarifárias sobre o setor.
Milho tenta reação com colheita atrasada
Os contratos futuros do milho também registraram queda ao longo da semana, com destaque para uma movimentação de alta nos minutos finais do pregão. Gioielli atribui o movimento à tentativa do mercado de antecipar um possível atraso logístico e à retenção da oferta por parte dos produtores.
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Os volumes negociados no fim do dia chamaram atenção: foram 3.800 contratos no milho setembro (CCMU) e 2.024 no milho novembro (CCMX). A movimentação sugere reavaliação de posições por parte dos investidores.
Soja recua com ausência da China
A soja foi pressionada por dois fatores principais: clima favorável às lavouras nos EUA e ausência de compras chinesas. Os contratos voltaram à faixa dos US$ 1000 por bushel, com mínima próxima de US$ 9.960.
A consultoria AgResource classificou a atividade como “muito fraca”, com operadores hesitando em ampliar posições diante da falta de catalisadores de curto prazo.
A China não firmou compromissos de compra para a safra 2025/26, segundo o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), o que contrasta com a média de 28,5 milhões de toneladas registradas em períodos anteriores.
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Boi gordo ganha força com suporte técnico
O boi gordo (BGIV) teve uma sessão de alta, com o preço se aproximando do nível de retração de 61,8% de Fibonacci e voltando a encostar na média de 200 períodos, o que pode sinalizar possibilidade de reversão. A colheita atrasada e a logística pressionada contribuem para o movimento.
No entanto, Gioielli alerta que o indicador do boi gordo do DataAgro, a ser divulgado nesta segunda-feira (14), será determinante para saber se o movimento de alta se sustenta ou se o mercado volta a testar suportes na faixa de R$ 94,20.